A família fundadora da cervejaria americana Anheuser-Busch, dona da Budweiser, deve fazer o possível para barrar a venda para a InBev. O presidente-executivo, August Busch IV, teme que os brasileiros assumam a companhia, assim como ocorreu na fusão com a belga Interbrew. Ele estaria cogitando até um leilão para oferecer também a sua empresa à concorrente SABMiller, a maior cervejaria do mundo. O membro do clã Busch, no cargo desde o fim de 2006, já admitiu à imprensa americana que não gosta da visão de curto prazo que caracteriza a nova gestão da InBev. Outra alternativa para impedir a aquisição seria comprar 50% do Grupo Modelo, do México - a Anheuser-Busch já é dona de metade da cervejaria. Isso tornaria a empresa mais cara para a InBev, de acordo com reportagens divulgadas ontem na imprensa internacional. Na quinta-feira passada (dia 23), o blog Alphaville, do jornal inglês Financial Times, revelou que a InBev prepara uma oferta de US$ 46 bilhões pela Anheuser-Busch. A compra da Modelo pode não ter relação direta com o ataque da InBev. As duas empresas já vinham conversando sobre o assunto, segundo fontes do mercado. Ter 100% das ações da cervejaria mexicana tornaria a Anheuser-Busch mais diversificada geograficamente, o que é um das reivindicações de analistas e investidores. Hoje, mais de 80% das vendas estão concentradas nos Estados Unidos, o que torna o risco pouco diluído. Um movimento nessa direção já foi feito no ano passado, com a compra de 27% da chinesa Tsingdao, a principal marca daquele país. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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