Três das principais empresas farmacêuticas chinesas estão utilizando partes de animais em perigo de extinção na fabricação de seus medicamentos, de acordo com uma investigação realizada pela ONG britânica Agência de Investigação Ambiental (EIA, na sigla em inglês). As informações são de reportagem da CNN.
Em relatório divulgado nesta segunda-feira, 23, a agência afirma ter descoberto que 72 empresas licenciadas pelo órgão regulador de medicamentos da China estão utilizando partes de leopardos e pangolins (um tipo de mamífero com corpo coberto por escamas), duas espécies ameaçadas de extinção.
Entre elas estão Beijing Tong Ren Tang, Tianjin Pharmaceutical e Jilin Aodong Medicine - procuradas pela CNN, elas não comentaram as acusações.
Algumas das empresas também vendem produtos que contêm partes de tigres e rinocerontes, o que contradiz a “própria posição declarada da China de que não permite o uso de osso de tigre e chifre de rinoceronte na medicina”, afirma a organização.
Segundo a reportagem, tratam-se de marcas muito populares na China que contam com um total de 62 bancos e instituições financeiras como investidores, segundo o relatório. BlackRock, Citigroup e HSBC estão entre os acionistas. BlackRock e Citi optaram por não comentar, enquanto o HSBC não respondeu imediatamente à CNN. A EIA está agora solicitando que esses acionistas desfaçam suas participações.
Ossos de leopardo em pó são usados em bandagens adesivas e comprimidos para tratar artrite e outros problemas nas articulações. Acredita-se, segundo o relatório da ONG, que as escamas de pangolim “ajudem na circulação sanguínea, promovam a lactação humana e tratem reumatismo”.
Em 2020, o governo chinês removeu as escamas de pangolim de sua lista de ingredientes aprovados para a Medicina Tradicional Chinesa, após reconhecer os efeitos devastadores sobre a espécie, aponta a reportagem.
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