A Casa do Bandeirante é uma construção colonial paulista, encravada na Praça Monteiro Lobato, num canto da City Butantã. Deveria ser um museu com acervo do período bandeirista, acervo este que durante anos ficou lá, meio que sem ninguém para cuidar, e que, de repente, duas administrações atrás, sumiu, com a desculpa de que seria transferido para algum lugar mais apropriado, também da Prefeitura.
Transferido ele foi, para onde ninguém sabe ou quem sabe não conta. A casa ficou vazia, mas o parque em volta, a Praça Monteiro Lobato, nos últimos anos esteva arrumada, tratada, com o mato carpido, as árvores em ordem, os equipamentos funcionando e um playground muito bem montado para atender a criançada do bairro.
Dava gosto ir à Praça Monteiro Lobato, tanto para ver a Casa do Bandeirante, como para andar pela praça bem arrumada, limpa e com os equipamentos em ordem, servindo a comunidade.
Dava, não dá mais. A Casa dos Bandeirantes ainda não se deteriorou, mas o parque em volta, ou toda a Praça Monteiro Lobato, se transformou num matagal.
Um batedor do grande sertanista Manoel Preto, afeito às manhas dos moradores do Guairá afirma, inclusive, que, ao que tudo indica, houve algum trato, ou mesmo traição, feito à revelia do Conselho da Vila, para que o mato crescesse e assim escondesse os atacantes que pretendem em primeiro lugar invadir a cidade ou, se não der, tomar a margem esquerda do Rio Pinheiros e destruir a Casa do Bandeirante.
É questão de cidadania e de segurança carpir o mato que tomou a praça. Não tem sentido um monumento em homenagem às origens da cidade ficar abandonado, como se a história não tivesse importância. Além disso, sem o mato, os eventuais atacantes não têm onde se esconderem.
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