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Arcabouço fiscal: saiba quem são os cotados por Lira para relatar projeto do substituto do teto

Governo pediu para o escolhido não ser da oposição, mas também não vai ser um muito próximo da equipe de Lula; escolhido deve ser do PP, o partido do presidente da Câmara

Foto do author Adriana Fernandes
Atualização:

BRASÍLIA - Os deputados Fernando Monteiro (PE) e Andre Fufuca (MA) do PP são os favoritos no momento para relatar na Câmara o projeto do novo arcabouço fiscal, a regra que vai substituir o teto de gastos, que desde 2017 atrela o crescimento das despesas à inflação.

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Nas negociações com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o governo pediu para que não o relator não fosse um parlamentar de oposição. Por outro, o nome não será muito próximo do governo. O perfil é de um parlamentar com alguma interlocução com o mercado financeiro. Mas sem ser “excessivamente” pró-mercado..

O projeto do arcabouço só será conhecido após o retorno do presidente Lula da viagem à China, de 26 a 31 de março. A chegada do presidente no Brasil ainda está em aberto, entre 01º e 02 de abril.

Saúde e educação

Como mostrou o Estadão, Lula adiou a divulgação do novo arcabouço fiscal para definir o tamanho do aumento nos gastos com saúde e educação. Os técnicos do governo estão fazendo as contas com base na vinculação de recursos prevista na Constituição para as duas áreas e o reforço que pode ser feito depois da vigência do teto de gastos, regra que limita o crescimento dos gastos à variação da inflação.

Após a entrada em vigor do teto de gastos, em 2017, os pisos de saúde e educação previstos na Constituição foram, na prática, congelados e passaram ser corrigidos anualmente pela variação da inflação.

Como o teto vai acabar no modelo do novo regime fiscal, os pisos, que representam a aplicação mínima em investimentos em saúde e educação, voltam a valer. O piso de saúde está estabelecido em 15% da Receita Corrente Líquida (RCL), e o da educação, em 18% da receita de impostos.

Integrantes do governo Lula consideram que a regra do teto penalizou as áreas de saúde e educação. O que se discute agora, segundo uma fonte da área econômica, é como repor esses recursos para fazer a transição. Ou seja, o valor da reposição para compensar os cortes que o teto de gastos causou para os investimentos nas duas áreas, segundo os integrantes do governo.

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Os pisos só podem ser alterados por meio de aprovação de uma nova Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Já o teto de gastos será revogado por meio de uma lei complementar porque a PEC da Transição, aprovada no final do ano passado, deu um comando constitucional para fazer a mudança por legislação infraconstitucional.

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