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Argentina: desembolso a ser feito pelo FMI será ‘muito importante’ para o país, diz ministro

País não conseguiu cumprir as metas de acumulação de reservas internacionais e de redução do déficit fiscal no primeiro semestre

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Por Redação

O governo da Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciaram no domingo, 23, que alcançaram um princípio de acordo sobre a quinta revisão do programa de crédito acordado no ano passado no valor de US$ 44 bilhões. O ministro da Economia, Sergio Massa, que também é pré-candidato à presidência, afirmou que os desembolsos ocorrerão nos meses de agosto e novembro.

“Há um grande pacote de desembolsos em agosto e um adicional em novembro. É um número muito importante para a Argentina”, disse Massa em entrevista à emissora C5N, na qual, no entanto, não quis especificar os valores.

Pacote de desembolsos acontecerão em agosto e um adicional em novembro, diz ministro da Economia argentina  Foto: Luis ROBAYO / AFP

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A Argentina, que realizará eleições presidenciais e parlamentares em outubro, não conseguiu cumprir as metas de acumulação de reservas internacionais e de redução do déficit fiscal estabelecidas para o primeiro e segundo trimestre deste ano. Mas, com o princípio de acordo alcançado com o FMI, será definido um programa “para os próximos cinco meses”, disse Massa, o que permitirá que as eleições ocorram sem “o Fundo no meio”.

Nesta segunda-feira, 24, o governo fixou uma nova taxa de câmbio de 340 pesos por dólar (melhor do que a oficial, que era de cerca de 280 pesos por dólar) para a liquidação das exportações agrícolas, a principal fonte de divisas, segundo um decreto publicado no Diário Oficial. Paralelamente, foram adicionadas medidas tributárias para importações e também para grandes empresas.

A economia na Argentina

Desde 2019, está em vigor na Argentina um sistema de controle de câmbio que, ao longo do tempo, tem gerado várias paridades para a moeda. A taxa de câmbio informal (dólar blue) encerrou a semana passada em 528 pesos por dólar, o que implica uma diferença de cerca de 95% em relação à taxa oficial.

Com as reservas monetárias em queda, em 30 de junho a Argentina teve que pagar vencimentos de US$ 2,7 bilhões com Direitos Especiais de Giro (DEG, as reservas de fundos dos países no FMI) e com yuans. Até 31 de julho, deve cancelar mais US$ 2,5 bilhões. Analistas privados estimam que as reservas líquidas do país estão no vermelho.

Além disso, a inflação anualizada é superior a 115% e a pobreza gira em torno de 40%. A Argentina assinou em março de 2022 com o FMI um empréstimo para liquidar os US$ 44 bilhões desembolsados no âmbito de um crédito acordado durante o governo de Mauricio Macri (2015-19) no valor de US$ 57 bilhões, o maior da história do organismo multilateral.

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O programa acordado em 2022, que permitiu à Argentina reprogramar sua dívida e evitar um default, prevê 10 revisões trimestrais. Os acordos ao nível do pessoal entre um país e o FMI devem ser aprovados pelo Conselho Executivo do FMI para que os fundos sejam liberados./AFP

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