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Argentina fixa taxa de câmbio por 90 dias após desvalorização

Banco Central argentino desvalorizou o peso em 22% em relação à taxa de câmbio oficial no mercado atacadista, levando a 350 pesos por dólar

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Por Redação

O governo argentino afirmou nesta quinta-feira, 17, que fixou a taxa de câmbio até 30 de outubro, após a desvalorização de 22% que ocorreu no dia seguinte às eleições primárias para as presidenciais. A medida foi feita a pedido do Fundo Monetário Internacional (FMI).

“É uma taxa de câmbio fixa que o governo estabeleceu, aumentando um pouco o preço do dólar”, afirmou a porta-voz presidencial, Gabriela Cerruti, em entrevista coletiva, na qual descartou outro salto cambial.

O governo argentino afirmou que fixou a taxa de câmbio até 30 de outubro Foto: Agustín Marcarian

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O Banco Central argentino desvalorizou o peso em 22% em relação à taxa de câmbio oficial no mercado atacadista, levando-o a 350 pesos por dólar, em um contexto em que as autoridades vinham defendendo uma taxa de câmbio oficial com um valor a metade das taxas paralelas, aplicando fortes restrições para acessar o mercado oficial de câmbio.

“O que houve foi uma fixação do preço por 90 dias, e isso é o que será mantido e sustentado”, insistiu Cerruti. A desvalorização da taxa de câmbio oficial foi rapidamente refletida nos preços, que já haviam aumentado 113,4% anualmente em julho, e nas taxas de câmbio paralelas, ampliando novamente a diferença entre o valor oficial e aqueles cotados no mercado paralelo (o dólar “blue” subiu para 780 pesos) e os valores financeiros obtidos por meio da compra e venda de títulos que subiram para 722 pesos.

A correção cambial foi aplicada no dia seguinte às eleições primárias, nas quais o candidato de ultradireita, Javier Milei, saiu vitorioso, mas que tiveram um impacto negativo nos mercados, em um contexto em que a Argentina enfrenta graves desequilíbrios macroeconômicos.

O FMI, com o qual a Argentina tem um programa para refinanciar uma dívida de US$ 45 bilhões, pedia uma desvalorização de 100%, à qual o governo se opôs, pediu um salto cambial de 60%, que também foi rejeitado, e “acabou sendo acordado” que fosse de 20%.

A medida resultou em remarcações de preços e paralisação de operações, então Cerruti lembrou que o Ministério da Economia está negociando aumentos de 5% nos próximos três meses com as empresas, em um contexto em que a inflação está próxima de 7% ao mês. “Muitas empresas que concordaram com o acordo e que haviam aumentado os preços a partir de segunda-feira, devido ao resultado das eleições e à modificação do preço do dólar, se comprometeram a reverter os preços” e aplicar o aumento permitido de 5 pontos, disse Cerruti./EFE

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