Argentina: Milei apresenta ao FMI plano econômico que fala em ‘ajuste significativo’ e fim do BC

Candidato à eleição presidencial argentina descartou dar calote no FMI ou na dívida soberana

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Por Redação
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Javier Milei, candidato à eleição presidencial argentina, reuniu-se na sexta-feira, 18, com funcionários do Fundo Monetário Internacional (FMI) para explicar suas propostas econômicas para o país, dias depois de se tornar o favorito para vencer as eleições de outubro.

A Argentina, que está imersa em uma crise econômica há anos e ainda sofre com a devastadora seca que prejudicou a produção de suas culturas comerciais, está em andamento com um programa de crédito de US$ 44 bilhões (cerca de R$ 218,69 bilhões) em 30 meses junto ao FMI.

Javier Milei deseja acabar com o Banco Central argentino  Foto: EFE/ Gala Abramovich

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Durante a reunião virtual que durou pouco mais de uma hora, Milei e membros de sua equipe econômica garantiram aos representantes do FMI que não têm a intenção de suspender os pagamentos a essa instituição creditícia multilateral nem de incorrer em inadimplência da dívida do país. “Nós não vamos dar calote no FMI nem na dívida soberana”, afirmou Milei aos funcionários do FMI, segundo uma mensagem publicada nas redes sociais por Darío Epstein, um dos principais assessores econômicos do candidato.

Milei também apresentou aos representantes do FMI a plataforma econômica para a Argentina projetada por seu partido, La Libertad Avanza, que inclui “um ajuste fiscal significativo, mais importante do que o exigido pelo próprio Fundo”, de acordo com um comunicado emitido pela equipe de campanha do candidato presidencial.

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O presidenciável e sua equipe também mencionaram suas pretensões de abrir a economia, modernizar as leis trabalhistas, reduzir os gastos por meio de reformas no Estado e uma “reforma monetária que acabe com o Banco Central”, entre outras propostas.

Milei, um conservador que deseja eliminar o Banco Central e substituir o peso argentino pelo dólar americano, surpreendeu a classe política do país ao conquistar o maior número de votos nas eleições primárias nacionais no último domingo.

Ele ganhou enorme popularidade ao atacar a “casta política” do país na televisão. Milei obteve 30% dos votos nas eleições primárias nacionais no domingo, contra 28% do principal bloco opositor e 27% da coalizão governante atual. Os resultados das primárias são vistos como um indicador da intenção dos eleitores para as eleições de outubro.

Também nesta semana, funcionários do FMI se reuniram com assessores econômicos de Patricia Bullrich, a candidata presidencial da principal coalizão opositora Juntos por el Cambio, disse um funcionário do FMI que falou sob condição de anonimato por não estar autorizado a fazer declarações. “Essas reuniões fazem parte dos contatos regulares e rotineiros do Fundo com uma ampla gama de líderes políticos e econômicos”, disse o funcionário.

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O governo desvalorizou o peso em cerca de 20% em relação ao dólar e aumentou sua taxa de juros de referência após a vitória de Milei, o que abalou os mercados devido à possibilidade da presidência de um político que se descreve como um “anarcocapitalista”. O peso também sofreu uma forte desvalorização nos mercados informais, o que impulsionará os aumentos de preços ao consumidor em um país que já experimenta uma inflação anual de mais de 100%./AP

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