BRASÍLIA - Emissários da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) procuraram o economista Armínio Fraga para uma conversa sobre o cenário econômico brasileiro. A data do encontro não foi marcada. Fraga, que foi presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso, declarou que vai votar em Lula no segundo turno das eleições.
O ex-presidente do BC assina nesta quinta-feira, 6, nota conjunta ao lado dos economistas Pedro Malan, Edmar Bacha e Pérsio Arida declarando apoio a Lula.
ELEIÇÕES: SEGUNDO TURNO
Ao Estadão, Armínio Fraga diz que o voto em Lula não significa endosso, mas um “voto pela democracia”. “Não é um endosso sobre algo que apuramos na política econômica. Não apurei nada”, esclareceu ele, destacando que não tem conhecimento sobre as propostas econômicas da campanha de Lula. “E que, portanto, o meu voto não tem nada a ver com qualquer informação da área econômica nem para embasar a minha declaração de voto e nem do grupo que assina”, esclareceu.
Armínio Fraga disse que tem total abertura para dar opinião e conversar com a campanha. “É uma obrigação cívica entrar no debate”, afirmou. Ele vê risco no Brasil do avanço de movimentos na direção da autocracia que se espalham pelo mundo. Na sua avaliação, esse risco aumentou depois do resultado da votação de domingo para senadores e deputados.
Para ele, a política fiscal dentro dos temas econômicos é de “primeira grandeza”, inclusive do ponto de vista social. No escuro da irresponsabilidade fiscal, ponderou, os pobres são os mais prejudicados.
Ele ressaltou que em Brasília é comum fazer primeiro o que não é tão importante e depois dizer que precisa de mais dinheiro para gastar, o que acaba criando uma situação frágil com vários problemas para a economia, como inflação, volatilidade do Produto Interno Bruto (PIB) e desemprego.
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