A arrecadação líquida do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) fechou o ano passado com um novo recorde. A diferença entre as contribuições feitas ao fundo e o saque dos trabalhadores foi positiva em R$ 2,8 bilhões, o maior resultado já registrado na história do FGTS. A alta na arrecadação confirma uma trajetória de saldos positivos que começou em 2000, com R$ 1,5 bilhão. Nos três anos anteriores, entre 1997 e 1999, a arrecadação líquida do FGTS tinha sido negativa, com os saques sempre superando os depósitos do período. O crescimento a partir de 2000, segundo os técnicos, se deu em virtude do aumento do número de trabalhadores que passaram a contar com depósitos no FGTS. Em 2001 a arrecadação líquida foi positiva em R$ 2,3 bilhões. O resultado do ano, de R$ 2,8 bilhões, é 21,08% maior do que o verificado em 2001 em termos nominais, sendo de 5,53% o crescimento real. Em 2002 a arrecadação bruta das contribuições, ou seja, sem considerar os saques atingiu R$ 22,4 bilhões, com crescimento de 6,4% em termos nominais em relação ao ano anterior. A retomada do crescimento do emprego formal registrada tanto pelo Ministério do Trabalho quanto pela pesquisa do IBGE foi em grande parte responsável pelo melhor desempenho do FGTS. De acordo com os técnicos, também contribuiu para o novo recorde a melhoria do processo de fiscalização e recuperação de crédito. O dado negativo é que, apesar do crescimento do número de trabalhadores que passaram a ter conta de FGTS, houve queda no rendimento do trabalho assalariado e, portanto, queda nos recolhimentos mensais feito pelas empresas na conta vinculada dos trabalhadores no fundo. De acordo com os dados do FGTS os valores médios arrecadados no fundo em 2002 foram 12,8% inferiores aos valores arrecadados em 2001.
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