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Ata do Copom: BC diz que arcabouço fiscal pode levar a processo ‘benigno’ da queda da inflação

Membros do colegiado, porém, lembraram que não há uma ‘relação mecânica’ entre a apresentação da nova regra fiscal e a convergência da inflação à meta

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Foto do author Eduardo Rodrigues
Foto do author Célia Froufe
Atualização:

BRASÍLIA - Em um aceno ao Ministério da Fazenda, depois que foi criticado pelo comunicado que se seguiu à manutenção da Selic em 13,75% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central explicou que discutiu na semana passada os impactos do cenário fiscal sobre a inflação. “O comitê destaca que a materialização de um cenário com um arcabouço fiscal sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno através de seu efeito no canal de expectativas, ao reduzir as expectativas de inflação, a incerteza na economia e o prêmio de risco associado aos ativos domésticos”, pontuou na ata divulgada nesta terça-feira, 28.

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O documento salientou que, nessa discussão, foi novamente enfatizado que o efeito líquido da condução da política fiscal sobre a inflação é muito dependente das condições macroeconômicas e financeiras vigentes. Os integrantes do Copom fizeram também um afago ao ministro Fernando Haddad, dizendo que avaliam que o compromisso com a execução do pacote fiscal demonstrado pelo Ministério da Fazenda, e já identificado nas estatísticas fiscais e na reoneração dos combustíveis, atenua os estímulos fiscais sobre a demanda, reduzindo o risco de alta sobre a inflação no curto prazo.

A ata ponderou, no entanto, que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a apresentação do arcabouço fiscal. Isso porque, enfatizou o documento, a convergência segue condicional à reação das expectativas de inflação, às projeções da dívida pública e aos preços de ativos.

Reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Copom afirmou, entretanto, que seguirá acompanhando o desenho, a tramitação e a implementação do arcabouço fiscal que será apresentado pelo governo e votado no Congresso. Havia a expectativa de que o documento fosse conhecido na semana que vem, depois que uma comitiva presidencial, composta de vários ministros, parlamentares e empresários, voltasse de uma viagem à China. O deslocamento previsto para iniciar no final de semana passada, no entanto, foi suspenso por recomendação médica de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está com pneumonia e influenza A, não viajasse para se recuperar. As apostas agora são de que a proposta possa ser conhecida ainda esta semana.

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