Um atum bluefin, um tipo nobre do peixe, foi vendido por US$ 1,3 milhão (cerca de R$ 8 milhões, na cotação atual) em um leilão em Tóquio (Japão), no domingo, 5, tornando-se um dos atuns mais caros a serem vendidos na história.
O peixe de 275,7 kg, equivalente ao peso de um urso-pardo macho, foi capturado na costa de Oma, na prefeitura de Aomori, no norte do Japão, na manhã de sábado, de acordo com a agência de notícias Kyodo. O peixe foi comprado por uma rede de restaurantes de sushi com estrela Michelin por 207 milhões de ienes, conforme comunicado do grupo Onodera sobre sua oferta vencedora.
O primeiro leilão do ano no Mercado Toyosu de Tóquio – um dos maiores mercados de peixe atacadista do mundo – costuma gerar preços altíssimos. A emissora pública japonesa NHK relatou que o leilão começou pouco depois das 5h da manhã, com atuns congelados e frescos atraindo ofertas do Japão e de várias partes do mundo. Este ano, o atum premiado atingiu mais de US$ 4.630 por kg – resultando em fatias de sashimi extremamente caras.
“Estava tão gordo quanto uma vaca”, disse o pescador Masahiro Takeuchi, de 73 anos, aos repórteres em Oma, conforme a Kyodo News, relembrando o momento em que viu o enorme atum ser capturado com uma linha longa. O grupo Onodera disse que comprou o peixe com a cooperação do fornecedor de frutos do mar Yamayuk e pretende disponibilizá-lo nos cardápios de sushi de 13 de seus restaurantes. Esse foi o quinto ano consecutivo em que o grupo de sushi venceu o leilão.
Fotografias mostraram chefs de sushi transportando o enorme peixe para um balcão de sushi e preparando as fatias do atum para serem servidas em uma filial do Onodera Sushi em Tóquio. O atum de Oma, uma variedade de atum azul do Pacífico, é altamente valorizado pelos donos de restaurantes de sushi. Uma dieta de lula e peixe saury gordo, combinada com seu habitat de águas mais frias, dá ao atum um equilíbrio único de gordura, tornando-o um ingrediente preferido para sashimi.
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Tradição
O peixe é tipicamente capturado no Estreito de Tsugaru – um canal frequentado por atuns que viajam entre o Mar do Japão e o Oceano Pacífico – usando métodos tradicionais de vara e linha, em vez de redes de arrasto, que é o método mais popular para capturar o atum azul do Pacífico. O escritório de turismo de Oma se descreve como “a cidade de atum mais famosa do Japão”.
Em 2019, um atum de Oma de 278 kg no mesmo mercado de Tóquio foi vendido por US$ 3,1 milhões, tornando-se o peixe mais caro já vendido desde o início dos registros em 1999. O atum azul do Pacífico está entre os maiores e mais rápidos peixes do mundo, migrando de um lado para o outro, da costa do Japão à Califórnia, em uma das jornadas migratórias mais notáveis da Terra pelo seu alcance.
Em 2017, o Japão foi um dos países pesqueiros de atum a alcançar um acordo histórico que impôs cotas rigorosas para a pesca da espécie, após a sobrepesca ter feito com que sua população diminuísse para menos de 3% dos níveis históricos. De acordo com os órgãos globais de pesca, esses esforços internacionais deram frutos – e a espécie de atum azul do Pacífico está fazendo um retorno.
Em 2022, o ano mais recente para o qual dados estavam disponíveis, a International Seafood Sustainability Foundation descobriu que o atum azul do Pacífico havia sido restaurado para quase um quarto de seus níveis sem pesca, superando a meta de 20% estabelecida pelos reguladores para o ano de 2034.
De acordo com a NOAA Fisheries, que atua na proteção e conservação das populações de peixes nos Estados Unidos, os limites de pesca para o atum azul do Pacífico permitiram que peixes mais jovens se multiplicassem e que o estoque se recuperasse mais rapidamente do que o previsto.
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