Balança comercial brasileira registra superávit de US$ 8,5 bilhões em maio

No ano, saldo positivo acumulado é de US$ 35,8 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; importações no Rio Grande do Sul caíram 41,2% no mês passado

PUBLICIDADE

Publicidade
Foto do author Amanda Pupo

BRASÍLIA - A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 8,534 bilhões em maio. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta quinta-feira, 6, o valor foi alcançado com exportações de US$ 30,338 bilhões e importações de US$ 21,804 bilhões.

PUBLICIDADE

Na última semana de maio (27 a 31), o superávit foi de US$ 1,777 bilhão, com vendas de US$ 5,347 bilhões e compras de US$ 3,570 bilhões. No ano, o saldo positivo acumulado é de US$ 35,887 bilhões.

O resultado do último mês veio em linha com a mediana apontada no Projeções Broadcast, de US$ 8,5 bilhões. As projeções variavam de US$ 7,1 bilhões a US$ 9,850 bilhões.

Em maio, as exportações registraram baixa de 7,1% na comparação com o mesmo período em 2023, devido à queda de US$ 1,7 bilhão (-18,5%) em Agropecuária; crescimento de US$ 940 milhões (13,8%) em Indústria Extrativa e recuo de US$ 1,51 bilhão (-9,2%) em produtos da Indústria de Transformação.

Volume de compras brasileiras subiu 11,5% no acumulado do ano, segundo dados do governo Foto: Werther Santana/Estadão

Já as importações registraram aumento de 0,5% em maio ante o mesmo mês do ano passado, com crescimento de US$ 180 milhões (53,4%) em Agropecuária; alta de US$ 190 milhões (12,9%) em Indústria Extrativa e queda de US$ 230 milhões (-1,2%) em produtos da Indústria de Transformação.

Publicidade

Importação de bens de capital

O diretor de Planejamento e Inteligência Comercial do Ministério, Herlon Brandão, destacou o grande aumento de volume importado que o Brasil vem verificando desde o fim do ano passado, com destaque para os bens de capital e os bens de consumo.

Em maio, na comparação com o mesmo período do ano passado, o volume de compras subiu 7,5%. No acumulado do ano, esse avanço é de 11,5%, compensando a queda nos preços, de 9,2%. No caso dos bens de capital, o valor importado cresceu 13,4%, com alta de 17,5% no volume comprado, e queda de 4,2% nos preços.

“É a resposta da atividade econômica. Há uma continuidade no crescimento da importação de bens de capital”, disse Brandão em entrevista à imprensa sobre os dados da balança comercial de maio.

Nos primeiros cinco meses do ano, as importações da China cresceram 11,9%, com alta de 35,7% no volume, o que compensou a queda de 13,1% nos preços. Entre os itens de destaque nas compras do País no acumulado do ano estão, por exemplo, veículos automóveis de passageiros (59,4%) e motores e máquinas (22,3%).

Já o caso das exportações, houve recuo em maio de 7,1%. Em valores, há uma continuidade em relação ao que foi vendido em abril, mas uma oscilação na comparação anual, já que houve um pico de exportações em maio de 2023. No desagregado de produtos, a soja teve um dos piores desempenhos, com queda tanto no volume (-13,7%) quanto nos preços (-17,6%) da exportação no mês passado.

Publicidade

O minério de ferro também teve um desempenho negativo, enquanto o valor de café não torrado vendido para fora cresceu 73% em maio. O petróleo também registrou bons números, com avanço de 35,9%.

Mesmo com o recuo registrado em maio, o valor exportado nos primeiros cinco meses do ano (US$ 138,8 bilhões) é recorde para o período, assim como representou o melhor resultado da série histórica o saldo da balança comercial no acumulado do ano (na comparação do mesmo período), com superávit de US$ 35,9 bilhões.

Queda na importação do RS

Brandão disse ainda que as importações no Rio Grande do Sul, que sofre com chuvas e enchentes, caíram 41,2% em maio, a maior queda entre os Estados da federação. Enquanto isso, as exportações gaúchas recuaram 14% no mês. Brandão explicou que o resultado da calamidade nas vendas demora mais a ser percebido porque, em muitos casos, embora a produção cesse, o produto já estava sendo embarcado ou estocado para embarque.

“Nas primeiras semanas não observamos efeito na exportação, porque a medida que cessa a produção já tem mercadoria sendo direcionada aos portos, sendo estocada, sendo embarcada, a gente capta o dado da balança dois, três dias após o embarque. Por mais que cesse a produção, vai observar fluxo normal de exportação”, explicou.

Já a dinâmica nas importações é mais imediata, explicou. “Já tende a bloquear a importação tão logo se sente os efeitos”, disse o técnico.

Publicidade

Sobre os números de importação do arroz no País, que tem produção afetada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, o Mdic explicou que houve um avanço de 11,1% no volume comprado, enquanto o valor cresceu 47,3%. “Por enquanto são aumentos (vindos) do Mercosul, Uruguai principalmente, Paraguai e Argentina”, disse Brandão. Para ele, é possível que esse crescimento seja reflexo de efeito de restrição de oferta no Brasil. “Mas é realmente crescimento pequeno para ter certeza que é consequência da restrição de oferta”, disse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.