BC reduz compulsório e libera R$ 16 bilhões para empréstimos

Parcela do dinheiro que os bancos são obrigados a manter depositada no BC cairá para 31% a partir de julho

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BRASÍLIA - O Banco Central anunciou nesta quarta-feira, 26, que reduziu a alíquota do compulsório sobre recursos a prazo em dois pontos porcentuais, de 33% para 31%. A medida, segundo o BC, vai liberar R$ 16,1 bilhões no sistema financeiro, que podem ser usados nas operações de crédito.

Os compulsórios correspondem a uma parcela de depósitos que os bancos precisam manter no BC obrigatoriamente. São usados para regular a quantidade de dinheiro disponível e ajudar no controle da inflação. O estoque de depósitos compulsórios está em R$ 452 bilhões, sendo R$ 248 bilhões de recolhimento sobre recursos a prazo.

BC informou que a mudança entrará em vigor em 1.º de julho. Foto: André Dusek / Estadão

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A redução e a simplificação dos compulsórios para diminuir os custos para o sistema financeiro faz parte da agenda de medidas estruturais do BC. A última vez que a autoridade reguladora anunciou mudanças no recolhimento dos compulsórios foi em novembro do ano passado. À época, as alíquotas sobre recursos a prazo caíram de 34% para 33% e sobre recursos à vista de 25% para 21%. Com a mudança de novembro, o BC calculou liberação de R$ 2,7 bilhões.

Em nota, o BC informou que a mudança entrará em vigor em 1.º de julho, com efeitos financeiros a partir de 15 de julho. “A alteração aproxima mais a alíquota dessa modalidade de recolhimento aos níveis históricos praticados nos anos anteriores à crise de 2008”, acrescentou o BC.

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Para o economista da Órama Investimentos e professor do Ibmec, Alexandre Espírito Santo, com a medida, o BC dá sinais ao mercado enquanto não reduz os juros básicos da economia (Selic), à espera da reforma da Previdência. “O BC está dando sinais de uma forma bastante ampla, um leque. A política monetária tem instrumentos, o compulsório é um deles. Está ficando cada vez mais claro que todos os canais de política monetária estão estimulativos.”, disse.

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