Banco Central da Rússia eleva taxa de juros para 18% e não descarta novas altas

Aumento foi o maior em mais de dois anos e tem o objetivo de conter a inflação que dispara com sanções

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Por Redação

O Banco Central da Rússia aumentou na sexta-feira, 26, sua taxa básica de juros para o nível mais alto em mais de dois anos, para conter a inflação crescente em uma economia superaquecida, afetada por sanções ocidentais em resposta à ação militar de Moscou na Ucrânia.

O banco aumentou a taxa em 200 pontos base, para 18%, observando que a inflação acelerou e está se desenvolvendo “significativamente acima” de sua previsão. “O crescimento da demanda doméstica ainda está superando as capacidades de expandir a oferta de bens e serviços”, disse o banco em um comunicado. “Para que a inflação comece a diminuir novamente, a política monetária precisa ser ainda mais apertada.”

Imagem tirada de vídeo mostra chefe do Banco Central da Rússia, Elvira Nabiullina, durante coletiva de imprensa.  Foto: Russian Central Bank Press Office via AP

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O banco observou que os riscos inflacionários foram impulsionados por altas expectativas de inflação e mudanças nos termos comerciais como resultado das “tensões geopolíticas”, uma referência às sanções ocidentais contra a Rússia devido à sua ação na Ucrânia. Afirmou ainda que a inflação anual cresceu de 8,6% em junho para 9% em julho, refletindo um aumento nos custos de serviços públicos que entrou em vigor a partir deste mês.

O banco revisou a previsão de inflação para este ano para 6,5% a 7% e disse que pode considerar novos aumentos na taxa básica em suas próximas reuniões. O banco disse ainda que retornar a inflação à meta de 4% “requer condições monetárias consideravelmente mais rigorosas do que o previsto anteriormente.”

O aumento das taxas de juros visa impedir a inflação aumentando o custo dos empréstimos e incentivando a poupança. A inflação disparou em meio à alta atividade do consumidor impulsionada por um aumento significativo na renda das famílias e uma demanda substancial por investimentos, apoiada por incentivos fiscais e altos lucros das empresas, observou o banco.

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Em meio à contínua escassez de mão de obra, o crescimento da demanda doméstica não resulta em uma expansão proporcional da oferta de bens e serviços, intensificando as pressões inflacionárias, acrescentou. / AP

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