BRASÍLIA - O Banco Central (BC) realizou na tarde deste sábado, 5, uma reunião para discutir assuntos relacionados à estabilidade financeira do sistema nacional. Apesar da justificativa de que a reunião ocorreu neste sábado para compatibilizar as agendas dos executivos, o encontro se dá num momento de grandes discussões em torno dos riscos da compra do Banco Master pelo BRB.

Participaram da reunião o presidente do conselho do BTG Pactual, André Esteves, o presidente do Santander Brasil, Mario Leão, e o presidente do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), Daniel Lima. Eles deixaram o escritório do Banco Central, em São Paulo, por volta de 16h.
Outros carros também saíram pela garagem da rua lateral do BC − os presidentes do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, e do Bradesco, Marcelo Noronha, além do presidente do BC, também estavam previstos na agenda. Ninguém falou com a imprensa.
Segundo o BC, a reunião realizada na tarde deste sábado, 5, com banqueiros em São Paulo abordou “temas atuais”. Em nota sobre o encontro liderado pelo presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, o BC pontuou que realiza periodicamente reuniões com integrantes do Sistema Financeiro Nacional (SFN) para tratar de assuntos referentes à estabilidade financeira.
“Esta reunião foi realizada hoje no Banco Central em São Paulo para abordar temas atuais e especialmente para conciliar as agendas dos participantes”, disse o BC. Como mostrou o Estadão/Broadcast, na sexta-feira, 4, a reunião foi convocada por Galípolo para discutir a operação entre o BRB e o Banco Master, segundo diferentes fontes do setor. A operação ainda depende de aprovação por órgãos regulatórios, entre eles o BC.
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Desde o anúncio da compra do Master pelo BRB, na sexta-feira, 28, pessoas do setor afirmam que o tema tem sido discutido pelos maiores bancos do País, que veem riscos sistêmicos nas exposições de risco do Master.
O banco tem um alto volume de CDBs a honrar neste ano, mas sua carteira é composta em boa parte por ativos pouco líquidos, como precatórios e direitos de recebimento ainda incertos.
Segundo pessoas ligadas ao tema, os bancos do chamado S1, que são os maiores do País, têm discutido em conjunto a situação do Master, devido ao risco sistêmico que ela representa. Nos bastidores, parte do mercado comenta que o BTG poderia ficar com os ativos do Master que não serão vendidos ao BRB, mas segundo apurou a reportagem, não há uma proposta formal neste sentido. /Com Matheus Piovesana