O Banco Central Europeu (BCE) cortou em 0,25 ponto porcentual suas principais taxas de juros em meio a novos sinais de fraqueza econômica na zona do euro e com a inflação ainda relativamente sob controle. Desta forma, a taxa de depósito foi reduzida de 3,00% a 2,75%, a de refinanciamento, de 3,15% a 2,90%, e a de empréstimos, de 3,40% a 3,15%.
A decisão, que veio em linha com a expectativa de analistas, dá continuidade ao processo de relaxamento monetário iniciado em junho do ano passado. Ao longo de 2024, o BCE reduziu os juros básicos em quatro ocasiões. Na quarta-feira, 29, o Federal Reserve (Fed, o banco Central americano) decidiu interromper o ciclo de queda dos juros e manteve as taxas na faixa de 4,25% a 4,5%. Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) foi na direção contrária e elevou os juros em 1 ponto porcentual, para 13,25% ao ano.
Pesquisa da Eurostat mostrou mais cedo que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro ficou estagnado no quarto trimestre de 2024 ante os três meses anteriores, contrariando previsão de alta de 0,1%. O resultado marcou forte desaceleração ante o terceiro trimestre, quando a economia do bloco teve expansão de 0,4%.
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A taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da região está em 2,4%, segundo os dados oficiais mais recentes, não muito distante da meta de 2% do BCE. Na segunda metade do ano passado, o CPI anual chegou a ficar abaixo de 2%.
O BCE afirmou que o processo de desinflação está encaminhado na zona do euro, mas reiterou que continuará decidindo juros com base nos dados e a cada reunião. O banco central afirmou que a decisão de reduzir juros em 0,25 ponto reflete as perspectivas para a inflação e força da transmissão da política monetária no bloco.
“A inflação doméstica continua elevada porque salários e preços em alguns setores ainda estão se ajustando ao salto anterior nas pressões inflacionárias”, disse.
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O BCE reconheceu que a política monetária segue restritiva, mas apontou que os recentes cortes de juros estão reduzindo custos para empresas e famílias europeias. “A economia ainda enfrenta obstáculos, mas o aumento da renda real e os efeitos gradualmente desaparecendo da política monetária restritiva devem sustentar uma retomada da demanda ao longo do tempo”, projetou.