Em meio à persistente escalada da inflação na zona do euro, o Banco Central Europeu (BCE) intensificou o ritmo de aperto monetário e aumentou as taxas básicas de juros em 75 pontos-base, em reunião nesta quinta-feira, 8.
Segundo comunicado, o BCE elevou sua taxa de refinanciamento de 0,50% para 1,25%, a de depósitos de 0% para 0,75% e a de empréstimos de 0,75% a 1,50%. A decisão veio em linha com as expectativas majoritárias do mercado e segue aumento de 50 pontos-base em julho.
Em agosto, a taxa anual de inflação ao consumidor da zona do euro atingiu o nível recorde de 9,1%, ainda impulsionada pelos efeitos da guerra da Rússia na Ucrânia. Os cortes no fornecimento de gás natural russo à Europa complicaram o cenário e levantaram temores de uma recessão na região.
No comunicado, o BCE avisou que novas elevações devem ser realizadas nas próximas reuniões para tentar controlar a escalada inflacionária na zona do euro. Na nota, a inflação foi considerada “muito alta” e deve seguir acima da meta de 2% por algum tempo.
“O aumento dos preços da energia e dos alimentos, as pressões de demanda em alguns setores devido à reabertura da economia e os gargalos de oferta ainda estão elevando a inflação”, destaca o texto.
Ainda de acordo com o BCE, o aumento de juros agora visa antecipar a transição de uma política monetária altamente acomodatícia para configurações que reduzam a inflação. “À medida que os atuais motores da inflação desaparecem com o tempo e a normalização da política monetária atinge a economia e a fixação de preços, a inflação cairá”, avalia.
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