Focus: mercado reduz projeção para inflação, PIB e dólar em 2025

Mediana do relatório Focus para o IPCA deste ano caiu pela segunda semana seguida, de 5,66% para 5,65%; estimativa é de alta de 1,98% do PIB, e dólar a R$ 5,95

Foto do author Cícero Cotrim

BRASÍLIA - A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 caiu pela segunda semana seguida, de 5,66% para 5,65%. Agora, está 1,15 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, também estava em 5,65%. Considerando só as 98 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 5,68% para 5,66%.

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A projeção para o IPCA de 2026 subiu de 4,48% para 4,50%, já colada ao teto da meta. Um mês antes, estava em 4,40%. Considerando somente as 94 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, permaneceu em 4,50%.

Na última quarta-feira, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) aumentou a taxa Selic em 1 ponto porcentual, de 13,25% para 14,25%, e informou antever uma nova alta de menor magnitude na próxima reunião, de maio. O colegiado afirmou que o cenário para a convergência da inflação à meta continua “adverso.”

Considerando a menor alta possível, de 0,25 ponto, o BC elevaria os juros a 14,50% — já o maior nível desde agosto de 2006, durante o primeiro governo Lula, quando o Copom reduziu a taxa Selic de 14,75% para 14,25%.

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Se o IPCA ficar fora do intervalo da meta por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo Foto: Wilton Junior/Estadão

A partir de 2025, a meta passa a ser contínua, com base na inflação acumulada em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo.

O horizonte relevante do BC é o terceiro trimestre de 2026, quando o Copom espera uma inflação de 3,9%. A projeção para o IPCA de 2025 é de 5,1%. O balanço de riscos do comitê está assimétrico para cima.

A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela quinta semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 se estabilizou em 3,78%. Um mês antes, era de 3,79%.

Juros

A mediana para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15,0% pela 11ª semana seguida. A estimativa sugere que os juros terão de avançar mais 0,75 ponto porcentual. Considerando apenas as 82 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa intermediária para a taxa básica de juros no fim de 2025 também permaneceu em 15,0%.

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A mediana para a Selic no fim de 2026 ficou estável em 12,50% pela oitava semana consecutiva. Considerando apenas as 78 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, também permaneceu em 12,50%.

A estimativa intermediária para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela sexta semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,0% pela 13ª semana consecutiva.

No comunicado da última reunião, o Copom reforçou que, para além de maio, o tamanho total do ciclo de aperto será ditado pelo seu “firme compromisso de convergência da inflação” e dependerá da evolução da inflação — especialmente dos componentes sensíveis à atividade econômica e à política monetária —, das projeções e expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

Alta do PIB

A mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 caiu pela segunda semana consecutiva, de 1,99% para 1,98%. Um mês antes, estava em 2,01%. Mas, considerando somente as 71 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis — mais sensíveis a novidades —, passou de 1,98% para 2,0%.

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O PIB brasileiro cresceu 0,2% no quarto trimestre do ano passado — abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,4%. No acumulado de 2024, a economia teve alta de 3,4%. O carrego estatístico para 2025 é positivo em 0,8%.

A maioria dos indicadores de atividade de alta frequência compilados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tiveram desempenho abaixo do esperado em janeiro. A produção industrial teve variação zero, enquanto o mercado previa alta de 0,4%. O volume de serviços caiu 0,5%, ante mediana de alta de 0,1%.

Em contrapartida, as vendas do varejo ampliado cresceram 2,3%, acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 1,7%. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) avançou 0,89% em janeiro ante dezembro, acima do teto da pesquisa, que era de 0,70%.

A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 se manteve em 1,60%. Um mês antes, era de 1,70%. Considerando só as 57 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, subiu de 1,56% para 1,64%.

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A mediana para o crescimento do PIB de 2027 caiu de 2,0% para 1,99%. Um mês antes, era de 2,0%. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável em 2,0% pela 54ª semana seguida.

O Banco Central espera que a economia brasileira cresça 2,10% este ano, conforme o mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI). A autarquia vai atualizar as estimativas nesta quinta-feira, 27, quando será publicado o novo Relatório de Política Monetária (RPM).

Dólar

A mediana para a cotação do dólar no fim de 2025 caiu pela segunda semana seguida, de R$ 5,98 para R$ 5,95. Um mês antes, estava em R$ 5,99. A estimativa intermediária para 2026 continuou em R$ 6,0 pela décima semana consecutiva.

A projeção para o fim de 2027 se manteve em R$ 5,90. Quatro semanas antes, estava em R$ 5,92. A estimativa intermediária para o fim de 2028 permaneceu em R$ 5,90. Um mês antes, era de R$ 5,93.

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A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.