BRASÍLIA - O Banco Central teria perdido a meta de inflação ao menos cinco vezes se o novo sistema de alvo contínuo estivesse em vigor desde 1999, quando o regime de metas foi adotado. No sistema de ano-calendário, vigente até 2024, a autoridade monetária não conseguiu colocar a inflação na meta sete vezes.
Pela nova sistemática, considera-se que a inflação ficou acima da meta quando a taxa acumulada em 12 meses permanecer acima do teto do alvo por seis meses consecutivos. Efetivamente, o IPCA acumulado superou o limite superior por ao menos seis meses seguidos cinco vezes desde 1999. O levantamento já considera as metas ajustadas.
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Pelo decreto publicado nesta quarta-feira, 26, não fica claro se o BC tem ou não um prazo estabelecido para fazer a inflação retornar à meta. O IPCA acumulado em 12 meses ficou acima do teto do alvo pelo período máximo de 25 meses, entre fevereiro de 2001 e dezembro de 2003, mas isso foi contado como apenas um estouro no levantamento do Estadão/Broadcast.
Outros estouros longos incluem 24 meses entre março de 2021 e fevereiro de 2023 e 23 meses entre janeiro de 2015 e novembro de 2016.
O decreto publicado pelo governo estabelece apenas que o BC tem de divulgar as razões de descumprimento do alvo, as medidas necessárias para assegurar a convergência e um prazo para que elas surtam efeito.