BC vê mais riscos e está atento para subir juro se inflação se mostrar persistente, diz Guillen

Diretor de Política Econômica do Banco Central falou sobre a pressão aos juros na cerimônia dos ‘Prêmios Broadcast’, em que foi reconhecido o trabalho de executivos, economistas e analistas do mercado financeiro durante o ano de 2023

PUBLICIDADE

Publicidade
Foto do author Célia Froufe
Foto do author Francisco Carlos de Assis
Atualização:

Na sequência de declarações duras do Banco Central sobre a condução dos juros, o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, reforçou nesta noite de terça-feira, 13, a mensagem de que a instituição pode elevar os juros para convergir as expectativas de inflação à meta. Ele reforçou também que há uma visão consensual de mais riscos dentro do Comitê de Política Monetária (Copom).

PUBLICIDADE

“Se movimentos de expectativas de inflação e de taxa de câmbio se mostrarem persistentes, os impactos inflacionários decorrentes podem ser relevantes e serão devidamente incorporados pelo Comitê”, disse Guillen.

As falas do diretor foram feitas na cerimônia dos Prêmios Broadcast, em que foi reconhecido o trabalho de executivos, economistas e analistas do mercado financeiro durante o ano de 2023.

'Entender o que os agentes estão pensando é um quebra-cabeças', disse Guillen na cerimônia dos Prêmios Broadcast, na noite de terça-feira, 13  Foto: Nunno Fonseca/Divulgação Broadcast

Os premiados destacaram os desafios de se antever cenário econômico e dar o melhor rumo às empresas e aos recursos dos investidores em 2023. O ano foi marcado por troca de governo no Brasil, acirramento de tensões geopolíticas e constantes surpresas nos rumos da economia dos Estados Unidos.

Publicidade

“Entender o que os agentes estão pensando é um quebra-cabeças”, disse Guillen. O diretor reforçou que as expectativas econômicas contribuem muito no processo das decisões do Banco Central. “As expectativas de inflação têm um papel fundamental na formação de preços.”


Câmbio

Guillen repetiu que não existe uma relação direta e mecânica da política monetária com o câmbio ou com a política de juros desempenhada pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos).

“Um argumento que a gente sempre vem trazendo e a gente repete é que não tem relação mecânica com o câmbio, nem com o Fed. Ainda que muitas vezes se busque essa relação, acho que é equivocado buscar essa relação mecânica, seja com o câmbio, seja com o Fed”, afirmou.

O diretor citou que os integrantes do Copom têm ressaltado repetidamente a menor sincronia dos ciclos de queda de juros, algo que já foi visto muito claramente no passado. Ele também enfatizou que a mudança recente no câmbio lá fora teve impacto principalmente nas economias emergentes e que esse novo nível refletiu em um cenário mais desafiador para essas economias.

Publicidade