Quem deixou de comprar algo nos últimos meses aguardando descontos ou porque estava esperando as ofertas de fim de ano já pode reservar a última sexta-feira de novembro para garantir os produtos desejados. No próximo dia 29 será realizada a edição deste ano da Black Friday, com descontos tanto no e-commerce quanto no varejo físico.
Em 2018, a campanha registrou alta de 24% em comparação com o mesmo período de 2017, movimentando R$ 3,9 bilhões em transações virtuais entre os dias 22 de novembro, pré evento, até a segunda-feira, 26, pós data, de acordo com levantamento da consultoria Ebit/Nielsen.
Para este ano, a expectativa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) e da Ebit/Nielsen é que o faturamento aumente 18% em relação ao evento de 2018. Para fazer o cálculo, a Ebit/Nielsen considera as vendas de quinta e sexta-feira, enquanto a ABComm leva em conta o período de quinta a segunda-feira pós Black Friday.
A origem do Black Friday
A origem do termo Black Friday (Sexta-feira Negra, em tradução livre) não é exata. Na história, a palavra 'negra' é erroneamente utilizada para conotar algum evento desastroso. No campo econômico, ela foi aplicada pela primeira vez em 1869 quando uma crise financeira nos Estados Unidos derrubou as bolsas de valores e instituições quebraram.
Para indicar o período de compras, no entanto, uma teoria advém da Filadélfia dos anos 1960. Policiais dos Estados Unidos classificaram como Black Friday o dia que sucede o Dia de Ação de Graças. A referência seria o trânsito caótico causado pelo fim do feriado. Nesse dia, os lojistas teriam aproveitado a lentidão dos veículos para expor descontos promocionais nas fachadas das lojas e atrair quem passasse por ali.
O termo foi ganhando popularidade nos Estados Unidos durante os anos 1990 e se tornou praxe com a internet e o surgimento do e-commerce.
Black Friday no Brasil
A campanha chegou ao Brasil, inicialmente na internet, por meio do site Busca Descontos, em 2011. Pioneiro em promoções via cupons, além de ser referência em big data (armazenamento de dados), o Busca Descontos surgiu em 2010 e, desde então, é um dos líderes em ofertas no e-commerce. Além da Black Friday, o site promove o Cyber Monday, Brasil Day, Boxing Week, Mega Saldão e Dia do Frete Grátis - todos eventos importantes para o comércio eletrônico.
'Black Fraude'
Consumidores que encontram propaganda enganosa em vez de descontos reais ironizam a campanha na internet. Assim, surgiu o termo "Black Fraude" - dando a entender que as lojas sobem os preços antes do dia promocional para simularem, posteriormente, redução nos valores.
Em 2018, o número de insatisfações registradas no site ReclameAQUI chegou a 11.991, feitas entre a quinta-feira antes da Black Friday e o fim de semana seguinte. Houve aumento de 22% em comparação com o ano anterior.
"É importante que o consumidor preste atenção na evolução dos preços durante as semanas que antecedem a Black Friday, para mapear se realmente é um desconto válido e atrativo", comenta Rubens Leite, sócio gestor do RGL Advogado. "Muitas empresas vão subindo aos poucos os preços até chegar em um valor alto próximo da Black Friday e, quando a data realmente chega, voltam ao preço original."
Para munir o público de informações sobre os descontos, algumas plataformas desenvolveram ferramentas para acompanhar as promoções durante a temporada de ofertas. O site Black Friday de Verdade, extensão criada para o navegador Google Chrome, por exemplo, verifica os preços durante a campanha e mostra os descontos reais.
Outra forma de evitar a situação é já selecionar os produtos desejados na Black Friday e pedir um aviso cada vez que ele mude de preço no site, para ir acompanhando caso a loja faça algo suspeito.
Como se prevenir de golpes
Um dos golpes mais comuns na época do Black Friday é o chamado 'phishing', quando dados pessoais e bancários do consumidor são roubados ao entrar em um site falso que promete preços muito abaixo dos de mercado.
"É sempre importante desconfiar das ofertas com desconto muito grande", diz Rodrigo Camargo, head de moderação da Promobit, plataforma especializada em descontos e promoções. "Como os sites são idênticos aos verdadeiros, o consumidor precisa ficar atento ao endereço da página, que é sempre diferente ao da loja oficial."
Usar cartões virtuais, que expiram logo após a compra, também é uma boa forma de evitar surpresas. "Gerar cartões virtuais para compras online é uma boa pedida, uma vez que o cartão fica disponível somente por um período de uso, definido por cada usuário dentro do aplicativo do banco", explica Diego Cuoco, da Taki Pagamentos.
O Procon-SP conta com uma lista de sites considerados inseguros que pode ser utilizada pelo consumidor na hora da compra.
Quais produtos ficam em oferta
A lista de produtos específicos que entrarão em promoção na Black Friday é divulgada somente no dia do evento. Isso porque os itens variam de acordo com as lojas participantes. Costumam ter superdescontos peças de vestuário, com foco no segmento de calçados; cosméticos; eletrônicos, principalmente smartphones e notebooks; eletrodomésticos e móveis; floricultura e artigos para pets. Passagens aéreas também estão entre as ofertas mais procuradas durante a campanha.
Em 2019, a aposta do mercado é no aumento de vendas nos smartphones. De acordo com pesquisa realizada pelo Promobit, 47% dos 1.500 entrevistados estão de olho nos aparelhos eletrônicos. Ainda segundo a pesquisa, os brasileiros vão apostar em produtos com preço médio mais alto neste ano: 45% dos entrevistados pretendem gastar acima de R$ 1.500, com 7% deles podendo ultrapassar até mesmo R$ 5.000.
Como e onde encontrar as melhores promoções
As melhores ofertas dos parceiros da campanha podem ser acompanhadas com antecedência. Basta cadastrar e-mail no site www.blackfriday.com.br.
'Black Fryday, Blak Friday e blackfriday'
Por ser uma expressão em inglês, é comum que a procura na internet pelo termo Black Friday seja pesquisado em variações curiosas, como “Black Fryday”, "Blak Flayd", "Break Friday", “Blak Friday”, "Black Fridey", "Black Fiday" e até mesmo “blackfriday”.
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