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BNDES tem lucro de R$ 11,9 bilhões em 2023, queda de 5%

Segundo o banco, resultado teria sido R$ 1,1 bilhão maior no ano passado, com alta e não queda, se o BNDES não tivesse realizado devoluções de valores ao Tesouro

RIO - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reportou um lucro líquido recorrente de R$ 11,9 bilhões no ano passado, queda de 5% ante 2022. No quarto trimestre de 2023, o lucro líquido recorrente foi de R$ 5,3 bilhões, uma alta de 54,8% ante o quarto trimestre de 2022.

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Segundo o diretor financeiro e de crédito digital para micro, pequenas e médias Empresas (MPMEs) do banco, Alexandre Abreu, se o BNDES não tivesse realizado devoluções de valores ao Tesouro em 2022, o resultado teria sido R$ 1,1 bilhão maior em 2023, com alta e não queda ante o ano anterior.

“O plano de pagamentos ao Tesouro previa venda de ativos. Se tivéssemos vendido ativos (em 2023), teríamos perdido valorização. A decisão de não fazer venda de ativos em 2023 e prorrogar junto ao TCU e Fazenda se mostrou acertada”, disse.

O patrimônio líquido recorrente do BNDES alcançou R$ 151,3 bilhões no quarto trimestre de 2023, alta de 15,23% ante o quarto trimestre de 2022.

BNDES teve lucro em 2023, com resultado abaixo do de 2022 Foto: Fabio Motta / Estadão

A inadimplência até 90 dias, disse Abreu, ficou em 0,01% no período, atingindo o menor patamar histórico para um trimestre. “A manutenção da inadimplência em 0,01% é boa notícia, sinal de que a economia está melhorando”, disse.

‘Resultado crescente’

Segundo o diretor, os pré-pagamentos ao Tesouro ao longo de 2022, sob o governo Jair Bolsonaro, afetaram o resultado da tesouraria e impactaram negativamente o caixa do BNDES.

“Nosso resultado é crescente. No terceiro e quarto trimestres de 2023, ficaram acima do registrado em 2022 e, nos trimestres anteriores, ficaram um pouco abaixo do que no ano anterior em função do caixa, que está sendo recomposto”, disse Abreu.

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Em apresentação dos resultados do banco em 2023, ele mostrou que o caixa livre do BNDES começou 2022 com R$ 90 bilhões, chegando a R$ 16 bilhões na virada para 2023 e sendo recomposto para R$ 34 bilhões no quatro trimestre daquele ano.

Abreu disse, ainda, que as captações externas foram “importante fonte complementar de recursos”. Segundo ele, foram US$ 3,2 bilhões contratados por meio de captações externas.

Venda de ativos

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, disse que a instituição pode voltar a vender partes de sua carteira de investimentos no futuro. “Da mesma forma que não vendemos a carteira do banco (em 2023), isso não quer dizer que a gente não possa vir a vender (ações detidas pelo BNDESPar) no futuro. Se tiver num bom momento, preços favoráveis, empresas maduras, podemos desinvestir. Podemos desinvestir para fazer outros tipos de investimentos”, disse Mercadante.

Ele não descartou a venda de ações de “empresas maduras” da carteira do braço de investimento do BNDES.

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“Venda de ativos não é algo que você pode discutir previamente, porque impacta o mercado e desvaloriza a ação. Se eu tiver (meta de venda de ativos), não vou anunciar. Vou fazer da forma mais profissional possível. Se tivermos intenção de vender, faremos de forma bem-avaliada, com muita prudência”, continuou.

O presidente do BNDES disse que a composição acionária da carteira do BNDESPar pode mudar e garantiu que não vai tirar dinheiro dedicado a futuras operações de crédito para investir em participações em empresas.

“Vamos atrair bastante investimento para o País sem precisar mexer na nossa carteira de forma abrupta”, disse depois ao ser questionado mais uma vez sobre os planos da gestão para a carteira do BNDESPar.

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Mercadante abriu seu discurso na divulgação de resultados com reclamações sobre a redução do caixa do banco durante o governo anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Recebemos (da gestão anterior) um caixa de R$ 16 bilhões. Em um ano, mais do que dobramos o caixa líquido. No final de 2023, esse caixa era de R$ 34 bilhões. E por que isso é fundamental? Porque é tema da sustentabilidade do banco”, disse.

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