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Boeing e Airbus venderão até 1 mil aviões para companhias aéreas indianas

Governo indiano planeja abrir 100 novos aeroportos até 2024, o que pode dobrar sua frota aérea

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Por Redação

Os dois maiores fabricantes de jatos do mundo anunciaram acordos sem precedentes com a Índia, impulsionados pela alta demanda de companhias aéreas regionais no país. Os acordos sinalizam um possível ressurgimento para a indústria de aviação comercial, que foi afetada por anos pela pandemia da covid-19.

Em um anúncio na terça-feira, 20, no Salão Aeronáutico de Paris, em Le Bourget, na França, a Boeing informou que finalizou um pedido de até 220 jatos comerciais para a Air India, que está em rápido crescimento, com possibilidade de ampliar para mais 70 aviões. A mesma companhia aérea confirmou um acordo anterior para 250 aviões da Airbus, concorrente europeia da Boeing.

a Boeing informou que finalizou um pedido de até 220 jatos comerciais para a Air India, com possibilidade de ampliar para mais 70 aviões  Foto: Gavin McIntyre/The Post And Courier via AP, Pool

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Apenas um dia antes, a companhia aérea indiana de baixo custo IndiGo fechou um pedido de 500 aviões de passageiros Airbus A320. Pelo menos no papel, esse é o maior acordo da história da aviação comercial.

O CEO da Air India, Campbell Wilson, disse que o grande pedido permitirá à Air India “operar as aeronaves mais avançadas e eficientes em termos de combustível” em cinco anos e fortalecerá a posição da Índia no cenário global.

Os acordos foram anunciados pela primeira vez pela Air India em fevereiro, mas foram oficializados nesta semana. “Estamos orgulhosos de trabalhar com todos os nossos parceiros, incluindo a Airbus, nessa jornada para reconstruir uma companhia aérea global que reflita a Índia adotando uma postura mais confiante em todo o mundo”, disse Wilson.

O diretor comercial da Airbus chamou a expansão da Air India de “um dos projetos mais ambiciosos do setor aéreo atualmente”. O CEO da Boeing, Stan Deal, afirmou que o acordo “demonstra a confiança [da Air India] em nossos produtos e serviços no mercado de aviação de crescimento mais rápido do mundo”.

Segundo Mike Boyd, analista comercial do setor aeroespacial no Boyd Group International, os jatos mais atraentes do mercado atualmente pertencem à Airbus. No entanto, o fabricante de jatos está enfrentando “restrições de produção”, com pedidos em atraso que o impedem de atender completamente à demanda da Air India. “Vendo que a Airbus não poderia atender essa demanda, eles ligaram para seus amigos em Seattle. A Boeing está claramente em ascensão, mesmo com esse acordo”, disse Boyd.

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O governo indiano planeja abrir 100 novos aeroportos no país até 2024, o que pode dobrar sua frota aérea de 600 para 1.200 aviões, de acordo com Nirmala Sitharaman, ministra das Finanças da Índia. Os novos aeroportos fazem parte do plano do país de modernizar sua infraestrutura de transporte, tornando as viagens aéreas de aeroportos regionais mais baratas e acessíveis.

De acordo com Wilson, CEO da Air India, os acordos com a Boeing e a Airbus têm um valor combinado de US$ 70 bilhões, considerando os preços de lista. No entanto, Boyd menciona que normalmente esses tipos de acordos têm descontos de cerca de 25% em relação aos preços de lista, e os detalhes do pedido podem ser alterados com base nos avanços tecnológicos e regulamentações.

Os primeiros aviões provenientes do acordo da Airbus com a Air India serão os A350 de fuselagem larga e serão entregues até o final do ano, de acordo com o porta-voz da empresa, Stefan Schaffrath. O acordo da Airbus com a IndiGo terá início no “começo dos anos 2030″, disse Schaffrath. A Boeing não divulgou o período de entrega do seu acordo.

A Airbus atualmente produz 65 jatos por mês e tem pedidos até 2029, de acordo com Schaffrath. Até 2026, o fabricante espera aumentar a produção para 75 jatos por mês. /WP Bloomberg

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