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Mercado eleva previsão de inflação, dólar e PIB para 2024

Boletim Focus, do Banco Central, mostra revisão do IPCA pela sétima semana consecutiva; projeção do PIB melhorou

Foto do author Eduardo Rodrigues

BRASÍLIA - Após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manter a Selic em 10,50% na semana passada e rever suas projeções para o IPCA, a expectativa do mercado para a inflação deste ano foi elevada pela sétima semana consecutiva no Relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, 24.

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A mediana das projeções dos analistas para 2024 passou de 3,96% para 3,98%. Um mês antes, era de 3,86%. Para 2025, foco principal da política monetária, a projeção subiu pela oitava semana seguida e passou de 3,80% para 3,85%, ante 3,75% de um mês atrás.

Para 2026, a projeção seguiu em 3,60% ante 3,58% de um mês atrás. O governo já sinalizou a manutenção da meta de inflação em 3,00% para este e os próximos anos, mas ainda não publicou o decreto para regulamentar a meta contínua. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o documento seria conhecido até o fim deste mês. A informação havia sido adiantada ao Estadão/Broadcast pelo secretário de Política Econômica, Guilherme Mello. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa seguiu em 3,50%, como está há 51 semanas.

Edifício sede do Banco Central do Brasil Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.

O Copom divulgou na semana passada a projeção de 4,00% para o IPCA de 2024, após o indicador ter ficado em 3,8% na reunião de maio. Para 2025, a projeção também subiu, para 3,4%. O colegiado ainda apresentou um cenário alternativo - com a Selic constante ao longo do horizonte relevante - com projeção de IPCA em 4,0% para 2024 e de 3,1% para 2025.

O mercado também revisou as estimativas para o câmbio brasileiro neste e no próximo ano. A projeção para o fim de 2024 passou de R$ 5,13 para R$ 5,15, ante R$ 5,05 de um mês antes. Para 2025 a mediana passou de R$ 5,10 também para R$ 5,15, de R$ 5,05 de um mês atrás.

Selic

Após a decisão do Copom, na semana passada, o mercado manteve a projeção da Selic para 2024 para 10,50% ao ano, mesmo patamar da última semana. Há um mês, a expectativa era de 10,00%.

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O Copom decidiu manter a Selic em 10,50% ao ano na reunião da semana passada. Após o racha de maio e apesar da pressão do governo, o colegiado optou por uma decisão unânime para manter política monetária mais restritiva.

Ao justificar a decisão, o BC disse que a opção por interromper o ciclo de queda de juros se deu pelas incertezas no cenário global e por um cenário doméstico marcado pela resiliência na atividade, elevação de projeções de inflação e expectativas desancoradas. Por isso, a política monetária se manterá contracionista o tempo necessário para garantir a convergência da inflação à meta e também a ancoragem das expectativas.

No Relatório de Mercado Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 seguiu em 9,50%, ante 9,00% de um mês atrás. Para 2026, a projeção seguiu em 9,00%, como já estava também há seis semanas. Para 2027, a estimativa também foi mantida em 9,00%, como já está há cinco semanas.

PIB

O relatório aumentou levemente a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024. A mediana para a alta da atividade deste ano oscilou de 2,08% para 2,09%, de 2,05% um mês atrás.

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Para 2025 o documento manteve a estimativa de crescimento do PIB em de 2,00%, como já está há 28 semanas. Considerando as 49 respostas nos últimos cinco dias úteis, porém, a estimativa para o PIB de 2025 passou de 2,00% para 1,97%.

Em relação a 2026, a mediana continuou em 2,00% pela 46ª semana consecutiva. O Boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2027, que se mantém em 2,00% por 48 semanas.

A estimativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024 é de 2,5%. Já no Banco Central, a projeção atual é de avanço de 1,9% neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março.

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