Boletim Focus: mercado eleva projeção de inflação, PIB e Selic para 2024

Estimativa para IPCA subiu de 3,88% para 3,90%; há um mês expectativa era que ficasse em 3,76%

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Foto do author Célia Froufe

BRASÍLIA - A expectativa para a inflação deste ano foi elevada pela quinta semana consecutiva no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central. A projeção de 2024 passou de 3,88% para 3,90%. Um mês antes, a mediana era de 3,76%. Para 2025, foco principal da política monetária, a estimativa passou de 3,77% para 3,78%, ante 3,66% de um mês atrás.

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Para 2026, a expectativa seguiu em 3,60% ante 3,50% de um mês atrás. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa para o IPCA seguiu em 3,50%, como está há 49 semanas. O governo já sinalizou a manutenção da meta de inflação em 3,0% para este e os próximos anos, mas ainda não publicou o decreto para regulamentar a meta contínua.

Na sexta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o documento seria conhecido até o fim deste mês. A informação havia sido adiantada ao Estadão/Broadcast pela manhã pelo secretário de Política Econômica, Guilherme Mello.

As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,0%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.

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Boletim Focus, do Banco Central, elevou projeção para o PIB de 2024: mediana subiu de 2,05% para 2,09% Foto: André Dusek/André Dusek/Estadão

O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou em maio projeção de 3,8% para o IPCA de 2024, após o indicador ter ficado em 3,5% nas reuniões anteriores, de dezembro, janeiro e março. Para 2025, a projeção também subiu, para 3,3%.

PIB

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o Boletim Focus ampliou a projeção para o crescimento econômico de 2024. A mediana para a alta da atividade deste ano passou de 2,05% para 2,09%, mesmo patamar de um mês atrás. Para 2025, no entanto, o documento trouxe manutenção da estimativa de crescimento do PIB em de 2,0%, como já está há 26 semanas.

Em relação a 2026, a mediana continuou em 2,0% pela 44ª semana consecutiva. O Boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2027, que se mantém em 2,00% por 46 semanas.

A estimativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024 é de 2,5%. Já no Banco Central, a projeção atual é de avanço de 1,9% neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março.

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Selic

Apesar da continuidade da desancoragem das expectativas de inflação, o mercado manteve a projeção da Selic para 2024 em 10,25% ao ano. Há um mês, o patamar era de 9,75%.

O Copom abandonou o forward guidance (orientação futura) da reunião de março e cortou a Selic em 0,25 pp, para 10,50% ao ano em maio. A decisão dividida do colegiado deixou os indicados pela gestão Lula do lado que seguiria a sinalização de redução de 0,50 pp, enquanto os diretores que já estavam no BC antes deste governo optaram por diminuir o ritmo de cortes neste momento.

Na ata, houve um grande movimento para explicar que a divergência se deu pela avaliação do custo reputacional de abandonar a sinalização. Ao justificar a decisão, o BC disse entender que ela é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2025. Na semana que vem, o Comitê volta a se reunir para definir o rumo da taxa básica de juros.

No Relatório de Mercado Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025, porém, foi elevada, de 9,18% para 9,25%, ante 9,00% de há um mês. Para 2026, a projeção continuou em 9,00%, como já estava também há um mês. Para 2027, a estimativa seguiu da mesma forma em 9,00%, de 8,63% de um mês atrás.

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