Bolsa de Tóquio salta 9% na abertura após pior dia em quase 40 anos

Investidores buscam oportunidade depois de queda história que derreteu o valor de ações em contexto de temor de recessão nos EUA e desconfiança em relação ao potencial das big techs

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Por Camila Pergentino
Atualização:

Depois de desabar 12,4% — a maior queda em um dia desde outubro de 1987 —, a Bolsa de Tóquio abriu em alta superior a 9% nesta terça-feira (horário local), 6. Às 21h2min (de Brasília), o indicador acionário avançava 9,38%, aos 34.113,00 pontos, com investidores em busca de oportunidades um dia depois de o índice Nikkei ter tido uma queda histórica que derreteu os ganhos do ano até então.

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O tombo na Bolsa japonesa, que ajudou a alimentar o pânico em outros mercados, começou a se desenhar na sexta-feira, com a divulgação dos números sobre o emprego nos EUA, piores do que o esperado pelos mercados e do que dava a entender a manifestação do banco central americano (o Federal Reserve, Fed) dois dias antes. O principal índice da Bolsa japonesa, o Nikkei 225, encerrou a sexta-feira em uma queda de 5,8%, que acabaria se agravando nesta segunda-feira, 5.

Com o derretimento de 12,4%, o Nikkei apagou integralmente os ganhos conquistados em 2024 e passou a acumular queda de 25% desde a máxima histórica que havia atingido em julho. Em outras partes da região asiática, o sul-coreano Kospi caiu 8,77% em Seul, para 2.441,55 pontos e o Taiex recuou 8,35% em Taiwan, para 19.830,88 pontos. Na Oceania, a bolsa australiana sofreu a maior queda diária desde maio de 2020: o S&P/ASX 200 caiu 3,70% em Sydney, para 7.649.60 pontos.

Mercado financeiro no Japão tem início de semana entre extremos Foto: Richard A. Brooks / AFP

Quais são os próximos passos nos EUA?

O economista-chefe de mercados da Capital Economics, John Higgins, acredita que o mercado de ações dos Estados Unidos pode se recuperar conforme a economia resistir melhor e os investidores voltem a se entusiasmar com a inteligência artificial (IA).

A recente queda nos mercados de ações dos EUA e a forte baixa nos índices Nikkei na segunda-feira não significam, necessariamente, o fim do rali impulsionado pela IA, segundo Higgins. O economista sugere que o cenário atual tem mais semelhanças com 1998 do que com o colapso da Bolha PontoCom no ano 2000.

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Em 1998, uma desaceleração temporária nas ações coincidiu com a valorização do iene, mas, diferentemente daquela época, o sistema financeiro dos EUA não enfrenta problemas significativos atualmente.

Segundo Higgins, a história mostra que recessões nos EUA costumam ser precedidas por quedas acentuadas nos preços das ações. No entanto, essas quedas nem sempre indicam recessões iminentes, como foi o caso em 2001, quando a recessão surgiu após o estouro da bolha da internet e a fraqueza do mercado continuou.

Além das preocupações com a economia, outros fatores contribuíram para a recente retração das ações, apontou Higgins. O desempenho desapontador de grandes empresas de tecnologia, o receio de uma retaliação política contra essas empresas, e o aumento da cotação do iene, também desempenharam papéis importantes. Para o economista, o aumento das taxas de juros pode estar começando a impactar a economia. /Com informações da Dow Jones Newswires

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