Bolsonaro vai à Guiana por reservas de petróleo

Interesse do Palácio do Planalto é fomentar uma aproximação com o país vizinho, de olho em cooperações na área de energia

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Foto do author Eduardo Gayer

BRASÍLIA - Em sua terceira viagem internacional do ano, o presidente Jair Bolsonaro (PL) viaja nesta sexta-feira, 6, a Georgetown, capital da Guiana, para encontro bilateral com o presidente Mohammad Irfaan Ali

Presidente Jair Bolsonaro; De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, Bolsonaro e Irfaan Ali vão discutir temas como comércio e energia no encontro bilateral Foto: Evaristo Sá/AFP

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O interesse do Palácio do Planalto é fomentar uma aproximação com o país vizinho, de olho em cooperações na área de energia. Assim como o Suriname, onde Bolsonaro esteve no início do ano, a Guiana tem reservas de petróleo e gás ainda pouco exploradas.

A área de energia há muito é alvo de preocupações do presidente, sobretudo desde o recente salto dos preços dos combustíveis no Brasil - fato que prejudica a imagem do governo em ano eleitoral. A dificuldade em ligar Roraima ao sistema elétrico nacional até a construção do Linhão de Tucuruí, que ainda nem começou, também incomoda o chefe do Executivo e seus aliados. Não à toa, o governador de Roraima, Antonio Denarium (Progressistas), também vai compor a comitiva presidencial em Georgetown. Todos retornam a Brasília no final do dia.

Pela programação oficial, Bolsonaro tem reunião privada com Irfaan Ali às 12h30, pelo horário de Brasília. Às 14h30, ele participa de cerimônia de troca de atos internacionais e, às 14h45, faz declarações à imprensa. Agora retomada, a viagem à Guiana estava marcada para janeiro, após a passagem de Bolsonaro pelo Suriname, mas foi cancelada após a morte da mãe do presidente, Dona Olinda, aos 94 anos.

A viagem desta sexta-feira foi alvo de comentários de Bolsonaro na live de quinta-feira, 5. "Guiana e Suriname descobriram reservas de gás e petróleo equivalentes a 40% das atuais reservas brasileiras. Estamos indo para lá com a Petrobras para ela participar desse mercado. Teoricamente, a Petrobras poderá aumentar sua área de atuação no Brasil em 40%", declarou o presidente.

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De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, Bolsonaro e Irfaan Ali vão discutir temas como comércio e energia no encontro bilateral. “Brasil e Guiana mantêm tradicionais relações de amizade, as quais vêm se intensificando nos últimos anos, em particular à luz do potencial de desenvolvimento criado pela descoberta e início da exploração de hidrocarbonetos no país vizinho”, diz o Itamaraty.

Logo após as mais recentes descobertas de petróleo no Suriname, país também com reservas na fronteira marítima com a Guiana, o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) divulgou estudo com perspectivas positivas para a área. “As recentes descobertas das reservas de petróleo nas áreas marítimas das nações ao norte da América do Sul têm atraído a atenção das grandes petrolíferas do mundo, contribuindo para modificar a geopolítica da região e fortalecendo, nesse caso, a importância da Guiana e do Suriname como robustos produtores de petróleo”, defende a entidade.

Histórico de viagens

Depois do Suriname, sua primeira viagem internacional do ano, o chefe do Executivo foi à Rússia, uma semana antes do início da guerra com a Ucrânia. Na mesma passagem pela Europa, fez parada em Budapeste para encontro com o primeiro-ministro da Hungria, o nacionalista de extrema-direita Viktor Orbán, a quem chamou de “irmão”. Agora, vai à Guiana.

Em junho, Bolsonaro estuda ir a Los Angeles, nos Estados Unidos, para a IX Cúpula das Américas, mas ainda não confirmou sua participação diante de sua relação tensa com o presidente americano, Joe Biden. O Itamaraty, contudo, já mobiliza uma equipe para a missão oficial. 

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