PUBLICIDADE

Publicidade

Bradesco não vai fazer empréstimo consignado a beneficiários do Auxílio Brasil, diz Lazari

Lei aprovada por Bolsonaro permite comprometer até 40% do benefício com empréstimo; banco vê alto risco na oferta de crédito aos beneficiários do programa

Foto do author Matheus Piovesana

O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, disse nesta sexta-feira, 5, que o banco não deve operar o empréstimo consignado do Auxílio Brasil, liberado pelo governo federal nesta semana. De acordo com ele, como o benefício é transitório, o crédito tem maior risco.

PUBLICIDADE

“Nós entendemos que é melhor não operarmos essa linha”, disse ele, em coletiva de imprensa para comentar os resultados do banco no segundo trimestre, divulgados na quinta-feira, 4. “Entendemos que essas pessoas terão mais dificuldade quando esse benefício cessar.”

Com o empréstimo consignado, o beneficiário do Auxílio Brasil pode comprometer boa parte do valor recebido do governo. Diante do risco de reajustes futuros do valor, o Bradesco decidiu não realizar empréstimos vinculados ao benefício. Pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Kamikaze, o Auxílio Brasil de R$ 600 começa a ser pago no próximo dia 9 e vence em dezembro deste ano.

Presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, disse que banco não vai oferecer empréstimo consignado vinculado ao Auxílio Brasil Foto: Amanda Perobelli/Reuters

Na última quarta-feira, 3, o presidente Jair Bolsonaro sancionou lei que autoriza a concessão de crédito consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil e também dos programas Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Renda Mensal Vitalícia (RMC). A lei ampliou de 35% para 40% a margem para concessão de empréstimo a empregados com carteira assinada. O Instituto de Defesa do Consumidor se manifestou contra a medida de Bolsonaro, alegando o alto risco de endividamento da população.

Resultados

Nos resultados financeiros do segundo trimestre de 2022, divulgados na última quinta-feira, o Bradesco teve lucro líquido recorrente de R$ 7 bilhões, aumento 11,4% ante igual período no ano passado. A alta foi registrada graças ao aumento das margens com clientes, das receitas com serviços e, principalmente, dos resultados da Bradesco Seguros.

Na conferência após a divulgação de resultados, Lazari disse que o Bradesco espera um cenário mais “sereno” para a economia do País no segundo semestre do ano, com maior estabilidade nos juros e nos preços.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.