Ao alegar que os e-mails de atuais e antigos executivos e conselheiros da Americanas estão armazenados em servidores de nuvem mantidos pela Microsoft, a defesa do Bradesco pediu ao Tribunal de Justiça de São Paulo que determine que a empresa de tecnologia colete e apresente cópias das mensagens eletrônicas. O pedido foi feito em processo de produção antecipada de provas no caso do rombo contábil da varejista.
A Justiça do Rio de Janeiro, foro em que está a sede da Americanas, se recusou a cumprir na sede da companhia mandado de busca e apreensão expedido pelo tribunal paulista. “Nessa senda, muito embora a sede estatutária da Americanas, como sabido, fique na capital do Estado do Rio de Janeiro, (...), é fato sabido que os e-mails institucionais da companhia ficam armazenados também nos servidores de nuvem cuja manutenção, em tese, cumpre à Microsoft do Brasil”, diz a peça.
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A defesa do banco, feita pelo escritório Warde, pede que o TJ expeça ofício para que a Microsoft deposite no juízo ou permita que a Kroll, escalada para a perícia, retire cópias de todos os e-mails que fazem parte do escopo da produção de provas.
Os advogados do Bradesco pedem acesso aos e-mails de conselheiros e diretores da companhia, atuais ou que ocuparam cargos ao longo dos últimos dez anos. O pedido foi aceito pelo TJ-SP, que determinou ainda o compartilhamento das provas com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que também investiga o assunto.
A defesa da instituição busca encontrar responsáveis pelo rombo contábil, em linha com a pretensão dos bancos de responsabilizar os acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, pelo problema, classificado nas peças como fraude.
Os advogados solicitam ainda que a PWC e a KPMG, que auditaram os balanços da Americanas nos últimos dez anos, preservem correspondências físicas e eletrônicas relacionadas a essas atividades, para a utilização durante a perícia.
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