Brasil cai para 4º no ranking mundial de juros reais, mesmo com alta da Selic, mostra pesquisa

País, porém, está bem distante da média mundial dos juros reais, que é de 1,7%; confira rankings das taxas de juros reais e nominais de 40 países

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Por Redação

Apesar da taxa básica de juros (Selic) ter passado de 13,25% para 14,25% nesta quarta-feira, 19, durante a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), o Brasil caiu para a 4ª colocação no ranking mundial de juros reais, segundo pesquisa elaborada pela Money You e Lev Intelligence.

Mesmo com alta da Selic para 14,25%, Brasil ficou em 4º lugar no cálculo de juros reais feito pelo site Money You e a Liv Intelligence Foto: André Dusek/Estadão

Segundo os dados tabulados por Jason Vieira, economista-chefe da Lev/MoneYou, apesar da alta de um ponto da Selic, os juros reais no Brasil caíram de 9,18% para 8,79%, índice abaixo de Turquia, Argentina e Rússia. Esse número é calculado levando-se e conta as projeções de inflação futura e os juros futuros, em um prazo de 12 meses. Como a previsão do mercado para os juros futuros é de queda, houve essa redução. O estudo ainda indica que, dos 40 países, 47,5% mantiveram as suas taxas, enquanto 50% cortaram. Apenas 2,5% (Brasil incluso) elevaram suas taxas.

A maior retração na lista de 40 países analisados foi na Holanda, onde os juros reais caíram 3,73%. O Brasil também ficou bem distante da média global, de 1,7%. Confira o ranking dos 40 países abaixo.

Como é calculada a taxa real?

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A taxa real é calculada levando-se em conta a inflação projetada para os próximos 12 meses (de 5,49%, pelos dados do boletim Focus, do BC) e a taxa de juros DI (aplicada ao mercado interbancário) dos próximos 12 meses do vencimento mais líquido. É a taxa nominal descontada da inflação, e mede, por exemplo, a rentabilidade de investimentos.

Já a taxa básica de juros, a Selic, serve de parâmetro para os juros cobrados no mercado, e não leva em conta a inflação. É a taxa que aparece nos contratos de crédito, por exemplo, incluindo os imobiliários.

A Selic é também denominada de taxa nominal. Neste ranking, segundo a Money You e a Lev, o Brasil também permanece em quarto lugar, atrás dos mesmos países que lideram o ranking de juros reais: Turquia, Argentina e Rússia. A líder, a Turquia, aparece com 42,5%. A mais baixa entre os 40 países é a taxa nominal do Japão, de 0,5%. A média entre os países pesquisados ficou em 6,13%. Confira o ranking completo abaixo.

Alta da Selic

A decisão do Copom de elevar a taxa básica de juros foi unânime. Em comunicado, o órgão informou que a Selic deverá sofrer nova alta na próxima reunião, em maio. Porém, sinalizou que deverá ser feita em ritmo menor.

“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”, informa trecho do comunicado.

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Para junho, o comitê não fixou um caminho para ajustar a taxa de juros, mas disse que “continuará avaliando uma gama de indicadores econômicos e ajustará sua política conforme necessário para garantir que a inflação volte a se alinhar com a meta estabelecida, refletindo um compromisso firme com a estabilidade de preços”.

“Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, diz o texto.