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‘Brasil é um país complicado’, diz executivo da Shein sobre impostos, logística e regulamentação

Para Marcelo Claure, presidente do conselho consultivo da empresa, vencer desafios no País torna mais fácil obter sucesso em qualquer outro mercado do mundo

Foto do author Aline Bronzati
Atualização:

NOVA YORK - O investidor e presidente do conselho consultivo da Shein para a América Latina, Marcelo Claure, afirmou que o Brasil é um país complicado em termos de estruturas tributária, logística e regulatória. No entanto, segundo ele, vencidos esses desafios, é mais fácil exportar negócios para outros mercados do mundo, a exemplo de empresas como o Nubank e Gympass.

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“Se você conseguir ter sucesso no Brasil, que é um país complicado, do ponto de vista tributário, do ponto de vista logístico, do ponto de vista regulatório, você terá sucesso em qualquer outro mercado que você for”, disse nesta sexta-feira, 20, ao falar em evento do Council of the Americas.

No caso da Shein, ele afirmou que desafios de importação de produtos no Brasil fez com que a empresa testasse um modelo local. Até então, o foco da companhia era produzir apenas na China. Atualmente, o Brasil é o segundo país do mundo onde a Shein fabrica localmente.

“O Brasil, tradicionalmente, tem sido uma economia difícil em termos de importação de produtos”, avaliou.

Para Claure, situação geopolítica entre a China e os Estados Unidos tem forçado companhias a repensar cadeia de suprimentos, o que beneficiaria a América Latina Foto: Taba Benedicto/Estadão

Claure lembrou que a Shein tem o compromisso de ter 2 mil parceiros de manufatura no Brasil em um prazo de três anos. Em apenas quatro meses, a companhia já abriu mais de 330 fábricas e soma hoje mais de 45 milhões de clientes que baixaram o seu aplicativo no Brasil. A empresa opera em 150 países.

América Latina

O investidor afirmou ainda que está “muito otimista” com a América Latina, considerando as macrotendências locais. Dentre elas, citou a questão da transição ecológica e o fato de a região possuir maioria dos recursos ou possivelmente minerais críticos que abastecerão a nação no futuro: lítio, cobre e níquel.

Claure também disse que a atual situação geopolítica entre a China e os Estados Unidos tem forçado muitas companhias a repensar sua cadeia de suprimentos, o que beneficiaria a América Latina.

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“Acredito firmemente que a América Latina é uma das poucas regiões onde as oportunidades, em muitos casos, são maiores que o capital”, disse o investidor, acrescentando que o sonho latino começou há alguns anos.

O bilionário boliviano Claure foi o responsável por levar o fundo japonês Softbank para a América Latina. Na semana passada, ele anunciou a compra de uma “fatia significativa” na eB Capital, gestora em investimentos alternativos que tem entre os sócios o ex-presidente da Petrobras Pedro Parente e Luciana Ribeiro, com R$ 5 bilhões sob gestão.

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