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Brasil exporta casos de sucesso em redes privativas 5G

Fábrica da Nestlé é exemplo de como a nova tecnologia pode conectar a empresa e ser transformadora

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Por Estadão Blue Studio
3 min de leitura

As redes privativas 5G são dimensionadas levando-se em conta as particularidades de uso de cada negócio. No Brasil, existe uma faixa específica de frequências destinada a essas redes – basta que a empresa interessada solicite a concessão à Anatel. Ela é ideal para assegurar desempenho máximo, facilidade na configuração e conexão de máquinas e dispositivos. Também auxilia no desenvolvimento de aplicações específicas como, por exemplo, um device de realidade aumentada que a empresa utiliza. Ainda, pode ser importante para um determinado tipo de automação, conexão para um robô que execute tarefas numa fábrica e até para atendimentos médicos que exijam transmissão de imagens em alta definição.

Hospital das Clínicas implementou uma rede privativa 5G para testes de conectividade avançada Foto: Helvio Romero/ Estadão

A fábrica da Nestlé, em Caçapava (SP), é um exemplo de como essa nova plataforma pode ser transformadora. A companhia foi habilitada pela Embratel com o 5G e usa as redes privativas 5G da Ericsson. “Foi a primeira rede privativa 5G implementada para a indústria 4.0 da América Latina e em fábrica da Nestlé no mundo”, informa Marcello Miguel, diretor executivo de Marketing e Negócios da Embratel, um dos participantes do evento Fórum Estadão Think “5G em ação – O poder transformador e os desafios na aplicação da nova tecnologia”.

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A companhia está toda conectada: as máquinas para produção de chocolates, os dispositivos de internet das coisas, como câmeras e sensores, os óculos de realidade virtual e aumentada, os dispositivos móveis para controle e acompanhamento da produção, além dos robôs e outros equipamentos. Existe uma integração que permite a transferência e a análise de dados em uma velocidade 25 vezes maior do que em uma rede 4G. Trata-se de uma “fábrica que pensa” de forma autônoma e com isso tem sua produção, manutenção de equipamentos e logística otimizadas.

Miguel informa que existem outros projetos que estão sendo implementados. A Embratel assinou acordo com a Gerdau para implantar uma rede privativa dedicada ao 5G e ao LTE 4G na planta industrial de Ouro Branco (MG). Um dos objetivos é criar um backbone (rede de transporte) de TI para a evolução da digitalização da maior empresa brasileira produtora de aço. “Será o primeiro projeto de uso da quinta geração da internet móvel no setor do aço na América Latina, alavancando automatização, produtividade, flexibilidade, visibilidade, rastreabilidade, uso de dados e segurança nos processos, incluindo planejamento, produção e logística.”

Fábrica da Nestlé foi a primeira rede privativa 5G implementada para a indústria 4.0 da América Latina Foto: Divulgação

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Hospital das Clínicas testa rede 5G para realização de exames

O líder do Telecom Engineering Centre of Excellence (TEE) da Deloitte, Matheus Rodrigues, destacou no Fórum Estadão Think o projeto Open Care 5G, que funciona no Hospital das Clínicas, em São Paulo. A iniciativa faz parte do núcleo de inovação da instituição, o InovaHC, e implementou uma rede privativa 5G para testes de conectividade avançada no local.

“A rede permite a realização de exames com altíssima taxa de transmissão e recepção de imagens e conexão de dispositivos médicos de monitoramento, como máquinas, sensores, óculos, etc.”, afirma.

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Futuramente, será pesquisada a possibilidade de uso para casos como intervenções cirúrgicas a distância e também educacionais. “A intenção é democratizar o acesso à medicina de ponta, fazendo com que populações de regiões remotas possam ser atendidas com qualidade pelos médicos do HC”, prevê.

Sem latência, o 5G oferece a possibilidade de interação e até manipulação de objetos virtuais, abrindo novas fronteiras para o aprendizado de ponta. “Além disso, existe um alto potencial diante da capacidade de conexão do 5G. Podemos ter 5 mil médicos residentes acompanhando uma aula em realidade virtual, como se estivessem na sala, pessoalmente.”

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