O Brasil registrou recorde na exportação de carne bovina em 2024, totalizando 2,89 milhões de toneladas, um aumento de cerca de 26% em comparação com o ano anterior. O volume exportado movimentou US$ 12,8 bilhões, cerca de 22% a mais do que em 2023.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o resultado coloca o setor na dianteira dentre os demais que contribuíram para o saldo positivo da balança comercial brasileira em 2024, de US$ 74,6 bilhões.
A China manteve sua posição como principal destino da carne bovina brasileira, com 1,33 milhão de toneladas exportadas, proporcionando um faturamento de US$ 6 bilhões. Em seguida, destacaram-se os Estados Unidos, que importaram 229 mil toneladas, somando US$ 1,35 bilhão. Outros mercados importantes incluem os Emirados Árabes Unidos (132 mil toneladas e US$ 604 milhões), a União Europeia (82,3 mil toneladas e US$ 602 milhões), o Chile (110 mil toneladas e US$ 533 milhões) e Hong Kong (116 mil toneladas e US$ 388 milhões).
Considerando os 15 maiores destinos da carne bovina brasileira em 2024, que juntos representaram mais de 90% do faturamento total, houve crescimento em todos eles, na comparação com 2023. Os aumentos mais representativos foram registrados para Argélia, México, Emirados Árabes, Filipinas, Estados Unidos, Rússia e Israel.
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Somando todas as categorias de produtos de carne bovina, as exportações do setor ao longo do ano alcançaram 157 países. Já quando se considera apenas as exportações de carne in natura (que representam mais de 90% do valor total), foram 132 mercados, 46 mercados a mais na última década.
O presidente da Abiec, Roberto Perosa, disse em comunicado que “foi um ano histórico para a indústria da carne bovina nacional, para o setor pecuário e para o Brasil”. “A contribuição decisiva para o saldo positivo da balança comercial é uma prova disso, e já vinha sendo esperada. Mesmo sendo ainda muito cedo para uma previsão, acredito que 2025 tem tudo para batermos o recorde em exportações e também em faturamento”, afirmou.
Segundo ele, o País ainda tem mercados a serem abertos que representam “grande fatia do mercado consumidor mundial de carne bovina, dentre eles o Japão, o Vietnã, a Turquia, e a Coreia do Sul”. “Alguns deles estão em diferentes estágios de negociação. Mas, juntamente com o governo brasileiro, com o Ministério da Agricultura, vamos batalhar para que este ano de 2025 seja o ano que nos dê a oportunidade de levar a carne brasileira a esses destinos”, concluiu Perosa.
Carne de frango
As exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) alcançaram o recorde de 5,294 milhões de toneladas em 2024, volume 3% superior ao embarcado no ano anterior, informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em nota divulgada nesta terça-feira.
Em 2023, o Brasil exportou 5,138 milhões de toneladas de carne de frango. A receita obtida com a comercialização externa do produto também foi recorde, de US$ 9,928 bilhões no ano passado, 1,3% acima do obtido em 2023, de US$ 9,796 bilhões.
“O saldo do ano confirma as expectativas da ABPA e aponta, também, novos patamares estabelecidos em médias de embarques, superando 440 mil toneladas mensais. Os indicativos seguem positivos para 2025, com possibilidades de novas altas mensais e projeções de números relativamente superiores aos alcançados no ano encerrado, indicando a manutenção da rentabilidade das agroindústrias do setor”, avaliou o presidente da ABPA, Ricardo Santin, na nota.
Em dezembro, o Brasil exportou 448,7 mil toneladas de carne de frango, segundo a ABPA, queda de 4% ante o resultado de igual mês de 2023, quando foram embarcadas ao exterior 467,2 mil toneladas. A receita com as vendas externas de carne de frango somou US$ 856,9 milhões, 4,6% maior que o resultado registrado em dezembro de 2023, de US$ 818,9 milhões.
No ano passado, a China manteve-se como a maior importadora de carne de frango do Brasil, com 562,2 mil toneladas, volume 17,6% inferior ao embarcado no ano anterior, de acordo com a ABPA. A exportação para os Emirados Árabes Unidos totalizou 455,1 mil toneladas (+3,3%), seguidos por Japão, com 443,2 mil toneladas (+2,2%), Arábia Saudita, com 370,8 mil toneladas (-1,6%), África do Sul, com 325,4 mil toneladas (-4,4%), Filipinas, com 234,8 mil toneladas (+7%), União Europeia, com 231,9 mil toneladas (+6,9%), México, com 212,5 mil toneladas (+22,6%), Iraque, com 179,8 mil toneladas (+18,1%) e Coreia do Sul, com 155,8 mil toneladas (-22,8%).
Em relação à origem das exportações brasileiras de carne de frango, o Paraná segue na liderança, com 2,174 milhões de toneladas (+4,1%), seguido por Santa Catarina, com 1,167 milhão de toneladas (+5,7%), Rio Grande do Sul, com 692 mil toneladas (-6,32%), São Paulo, com 297,2 mil toneladas (+1,6%) e Goiás, com 243,9 mil toneladas (+3%).
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