Brasil é 2º país com maior proporção de jovens que não trabalham nem estudam, diz OCDE

Levantamento mostra que País tem 35,9% dos jovens nessa situação, mais que o dobro da média dos países-membros da organização

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Por Redação
Atualização:

O Brasil é o segundo país com a maior proporção de jovens entre 18 e 24 anos que não trabalham nem estudam, também conhecidos como “nem-nem”. A informação é do relatório Education at a Glance 2022, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado na última segunda-feira, 3. O País tem 35,9% dos jovens nessa situação, segundo o levantamento, o que é mais que o dobro da média dos países-membros da OCDE, que era de 16,6% em 2020.

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O único país com maior proporção de jovens “nem-nem” que o Brasil é a África do Sul, com 46,2%. Logo após o Brasil no ranking estão Turquia (32,2%), Colômbia (31,5%) e Costa Rica (29,7%). A Holanda é o país com a menor proporção de jovens nessa situação entre os países avaliados, com 4,6%.

O relatório Education at a Glance 2022 analisou dados sobre educação dos 38 países-membros da OCDE, além de Brasil, Argentina, China, Índia, Indonésia, Arábia Saudita e África do Sul.

O Brasil também aparece no levantamento como segundo país com maior proporção de jovens “nem-nem” por mais tempo, com 5,1% dos jovens que não trabalham nem estudam estando nessa situação há mais de um ano, o que aumenta o risco de um distanciamento do mercado de trabalho a longo prazo. O País é superado apenas pela Grécia, com 5,6% de jovens há mais de um ano nessa condição.

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Brasil é segundo país com maior proporção de jovens “nem-nem”; investimento público na educação pode ser forma de combater situação, diz OCDE.  Foto: Werther Santana/Estadão

Segundo o relatório da OCDE, não ter um emprego pode ter consequências duradouras, especialmente quando as pessoas passam por longos períodos de desemprego ou inatividade e perdem a motivação. Os jovens “nem-nem” são uma grande preocupação para os governos, já que têm um impacto negativo no mercado de trabalho e nos resultados sociais, inclusive a longo prazo.

“É essencial, portanto, ter medidas políticas para evitar que os jovens se tornem aqueles que não trabalham nem estudam em primeiro lugar e para ajudar aqueles que devem encontrar um caminho de volta à educação ou ao trabalho”, diz o documento.

“O investimento público na educação pode ser uma forma sensata de contrabalancear o desemprego e investir no crescimento econômico futuro, através do desenvolvimento das competências necessárias. O apoio público poderia também ser dirigido a potenciais empregadores, através da criação de incentivos à contratação de jovens”, completa.