A Caixa Econômica Federal (CEF) quer que 1.306 funcionários devolvam ao banco valores pagos antecipadamente a título de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), de acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Segundo o banco, isso acontece porque o lucro do banco em 2022 foi menor que o dos anos anteriores.
Segundo a Contraf, a gestão anterior, da presidente Daniella Marques, definiu indicadores para o pagamento do PLR Social. A atual gestão afirma que esses indicadores não foram atingidos, o que reduziria o porcentual de pagamento de 4% para 3% do lucro líquido, e levaria à necessidade de devolução.
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Na última semana, a Caixa divulgou lucro líquido de R$ 9,8 bilhões para 2022, resultado 43,4% menor que o de 2021. A presidente do banco, Rita Serrano, que assumiu em janeiro, afirmou que a queda é fruto do impacto, sobre os números de 2021, da venda de ativos por parte do banco, o que não seria sustentável.
O banco disse, de acordo com a Contraf, que a devolução dos valores pode ser feita em até dez parcelas. Em reunião, os representantes dos empregados se manifestaram contra o desconto.
A segunda parcela do PLR da Caixa foi paga na quinta-feira passada, 23. Segundo o banco, cerca de 92% dos empregados receberiam mais de R$ 4.000 nesta parcela, com valor médio de R$ 5.137 e R$ 1,2 bilhão distribuídos nas duas parcelas.
A Caixa informou que os valores da participação nos lucros de 2022 foram definidos com base no acordo de trabalho 2022/2023, e que o pedido de devolução dos recursos a parte dos funcionários foi necessário após o cálculo do valor final.
Segundo o banco, a PLR levava em conta o resultado líquido do ano e também o atingimento das metas de indicadores. “Ressaltamos ainda que, de acordo com ACT, foi previsto o pagamento de 50% do valor devido a cada empregado, a título de antecipação, realizado na folha de setembro de 2022″, afirma a instituição.
A Caixa destacou que o valor final da PLR leva em conta essa antecipação, e que no cálculo neste ano, verificou-se a necessidade de que 1.306 funcionários devolvessem valores pagos a mais. “O acerto atingiu 1.306 empregados, 1,5% do total de 87 mil empregados da Caixa, e não alcançou todas as funções gerenciais.”
Essa devolução, com desconto em folha, pode ser feita em até dez parcelas, e deve se iniciar em maio. O contingente envolve funcionários a partir dos gerentes nacionais.
A Caixa adiantou recursos no ano passado com base em metas que não foram atingidas. Com isso, teve de pedir a devolução aos funcionários que receberam valores a mais. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), o banco pagaria R$ 1,2 bilhão nas duas parcelas da PLR. A segunda foi paga na quinta-feira passada, 23.
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