Mudança na Caixa: Margarete Coelho, aliada de Lira, deve ser a nova presidente do banco

Atual diretora financeira do Sebrae deve substituir Rita Serrano, dentro das movimentações do governo para acomodar o Centrão

PUBLICIDADE

Publicidade
Foto do author Matheus Piovesana
Foto do author Sofia  Aguiar
Atualização:

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que a atual diretora financeira do Sebrae, Margarete Coelho, será a nova presidente da Caixa Econômica Federal no lugar da atual presidente, Rita Serrano, segundo apurou o Estadão/Broadcast. A mudança deve ser seguida de trocas no comando das vice-presidências do banco para abrigar o PP e Republicanos.

PUBLICIDADE

Ex-deputada federal, Margarete é filiada ao PP do Piauí e próxima do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do dirigente nacional do partido, Ciro Nogueira (também do Piauí).

A substituição de Serrano, funcionária de carreira do banco, faz parte de uma dança das cadeiras para acomodar o Centrão. Inicialmente, o PP havia indicado para o posto Gilberto Occhi. Ex-ministro, ele também comandou a Caixa durante o governo de Michel Temer (MDB). No entanto, pessoas próximas a Lula têm feito pressão para que o posto não deixe de ser ocupado por uma mulher.

Margarete Coelho foi deputada federal pelo Piauí Foto: Will Shutter/ Câmara dos Deputados

A troca no comando da Caixa se arrasta há semanas em meio às negociações de Lula para abrigar o PP e Republicanos, que quer as nomeações de André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para os ministérios. Conforme relatos à reportagem, a expectativa é de que o governo anuncie as mudanças entre quarta-feira, 30, e quinta-feira, 31, já que o presidente viaja ao Piauí e ao Rio Grande do Norte no final da semana.

Publicidade

Coelho é vista como uma executiva competente. Nos bastidores, fontes afirmam que as indicações para outros cargos no banco devem seguir critérios de governança, com o devido equilíbrio à acomodação dos partidos do Centrão. Além da negociação em torno da presidência da Caixa, há possíveis trocas nas vice-presidências. A expectativa é que duas fiquem com o Republicanos e outras duas, com o PP.

O governo tem tentado se aproximar do Centrão após uma série de reclamações dos partidos sobre a demora na liberação de emendas, a falta de nomeações de aliados para cargos regionais e até mesmo o tratamento dispensado por ministros aos parlamentares. O auge da tensão entre Executivo e Legislativo ocorreu na votação da MP da Esplanada no fim de maio, quando a Câmara cogitou derrubar a estrutura ministerial de Lula para mandar um recado de insatisfação com a articulação política.

Executora de programas-chave para o governo, como o Minha Casa Minha Vida, e responsável por pagar o Bolsa Família e tocar financiamentos públicos a Estados e municípios, a Caixa é vista como um agente importante do ponto de vista político, o que chama a atenção dos partidos. O banco também tem acelerado a concessão de crédito, em especial no ramo habitacional, graças a um balanço bem capitalizado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.