BRASÍLIA - A Caixa Econômica Federal anunciou nesta manhã a redução de até 1,25 ponto porcentual das taxas de juros do crédito imobiliário utilizando recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo. Além disso, o banco também anunciou o aumento de 50% para 70% da cota de financiamento de imóvel usado. As mudanças começam a valer já nesta segunda-feira.
+ Financiar imóvel de R$ 500 mil fica 16% mais barato com corte da Caixa A medida para baratear o custo do crédito imobiliário já havia sido antecipada ao Estadão/Broadcast pelo novo presidente da Caixa, Nelson Antônio de Souza, no início do mês, quando assumiu o comando do banco. Para ele, a redução facilita o acesso à casa própria e contribui para estimular o mercado imobiliário. "O objetivo da redução é oferecer as melhores condições para os nossos clientes, além de contribuir para o aquecimento do mercado imobiliário e suas cadeias produtivas", disse em nota.
De acordo com a instituição, com a medida, as taxas mínimas passaram de 10,25% para 9% ao ano no caso de imóveis dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e de 11,25% para 10% ao ano para imóveis enquadrados no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI).
Estão enquadrados no SFH os imóveis residenciais de até R$ 800 mil, para todo o País, exceto para Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, onde o limite é de R$ 950 mil. Já os imóveis residenciais acima dos limites do SFH são enquadrados no SFI. A Caixa ainda informa que possui R$ 82,1 bilhões para o crédito habitacional em 2018 e que o banco mantém a liderança no setor, com cerca de 70% das operações para aquisição da casa própria.
+ ESPECIAL: Como comprar um imóvel
A redução dos juros já estava em estudo pelo banco ainda na gestão de Gilberto Occhi, que foi deslocado da presidência da Caixa para assumir o Ministério da Saúde. No entanto, a recente mudança anunciada pelo Banco Central no depósito compulsório contribuiu, conforme o novo presidente do banco, para que a instituição tomasse tal decisão, aproximando-se, assim, dos seus pares privados que já cortaram os juros no crédito imobiliário no ano passado a reboque da queda da taxa básica, a Selic.
Apesar de sua gestão à frente da Caixa ter um tempo "exíguo", considerando as eleições presidenciais em outubro próximo, Souza reafirma que seu foco é o setor de habitação, da qual o banco é líder, e também atuar junto a segmentos que gerem mais emprego e renda, sem deixar de lado questões como capital e resultado financeiro.
+ Crédito para financiamento de imóveis cai pela metade desde o pico em 2014
Com 39 anos de Caixa, Souza passou pela diretoria de Pessoas, Gabinete da Presidência, cuidou da Superintendência da Região Nordeste e do FGTS do banco público. Depois de ficar por dois anos na presidência do Banco do Nordeste, assumiu a vice-presidência de Habitação da Caixa, em 2016 até o início desse mês, quando foi escolhido para dar continuidade à gestão de Occhi./Com Aline Bronzati e Circe Bonatelli
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.