São Paulo - A Caixa Econômica Federal (CEF) teve despesas de R$ 4,938 bilhões com provisões contra a inadimplência no quarto trimestre de 2022, volume 67,5% maior que o do mesmo período do ano de 2021. No comparativo trimestral, a variação foi positiva em 70%.
O banco público não detalha, no balanço, os fatores que levaram ao aumento das provisões. Nas notas sobre eventos subsequentes, no entanto, afirma ter separado R$ 249 milhões para cobrir possíveis perdas com a recuperação judicial de uma grande empresa, que pediu proteção contra a execução de dívidas em janeiro.
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A Caixa não cita o nome da companhia, mas as características do evento apontam que provavelmente se trata da Americanas. O banco público afirma ter provisionado 50% de sua exposição a esse cliente - os documentos da recuperação judicial da Americanas apontam endividamento de R$ 501,6 milhões junto à Caixa.
Com as provisões realizadas no trimestre, o colchão da Caixa contra calotes fechou 2022 em R$ 46,428 bilhões, número 19,6% maior que o do mesmo período do ano anterior, e 5,9% maior que o do terceiro trimestre do ano passado.
O índice de cobertura da carteira da Caixa era de 219%, 12,5 pontos porcentuais menor que o do trimestre anterior, e 10,2 pontos abaixo do quarto trimestre de 2021. Isso indica que a CEF tem R$ 2,19 para cobrir cada R$ 1 em atraso.
A CEF aponta ainda que 92,5% do saldo de sua carteira de crédito está classificado nos níveis de AA a C, que são os de maior qualidade.
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