Campos Neto será ouvido sobre juros na Câmara uma semana após reunião do Copom

Reunião sobre a Selic ocorre em 19 e 20 de setembro; expectativa é que o BC baixe a taxa de novo, em 0,50 ponto porcentual, de 13,25% para 12,75% ao ano

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BRASÍLIA - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, confirmou participação em uma audiência da Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara no dia 27 de setembro para tratar da política de juros, apurou o Estadão/Broadcast. O convite foi aprovado pela comissão e a data foi acordada recentemente, em visita do presidente da CFT, deputado Paulo Guedes (PT-MG), à sede do BC, segundo fontes.

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Como no Senado, em agosto, a audiência na Câmara será realizada após o fim do silêncio do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês. A reunião ocorre na próxima semana, nos dias 19 e 20, e a expectativa é de que o BC baixe a taxa Selic de novo em 0,50 ponto porcentual, de 13,25% para 12,75% ao ano.

Esse cenário foi considerado pelo BC antes de bater o martelo sobre a ida de Campos Neto à Câmara. A avaliação era que seria importante aceitar o convite, até para fazer um aceno aos deputados depois da audiência no Senado, onde a prestação de contas do presidente do BC é obrigatória se houver convocação, conforme a lei de autonomia do órgão. Mas a questão era o timing.

Campos Neto fala com Rodrigo Pacheco, presidente do Senado; Casa é considerada menos hostil a ele do que a Câmara Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

No Senado, a audiência foi no dia 10 de agosto e foi avaliada como “tranquila” depois do primeiro corte de juros no dia 2 daquele mês. Na Câmara, o território é considerado mais “hostil” a Campos Neto, que vem sendo criticado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva desde o início do ano, mas também se espera um “distensionamento”.

Isso porque, considerando a sinalização do Copom, a próxima decisão deve ser unânime em torno do corte de 0,50 ponto porcentual. Se confirmada, será a segunda vez que o presidente do BC vai votar com Gabriel Galípolo, diretor indicado pelo governo à autoridade monetária — o que diminui o espaço para críticas, na opinião de interlocutores ouvidos pela reportagem em condição de anonimato.

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