BRASÍLIA - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira, 17, que os juros do rotativo do cartão de crédito são o problema mais complexo que ele enfrentou no comando da autoridade monetária.
“É o problema que demoramos mais tempo para entender, ver todas as relações no mundo de meios de pagamento e tentar achar uma solução sem criar nenhum tipo de ruptura no consumo, sem prejuízo para consumidores e lojistas. Queremos evitar que essa bola de neve estoure e crie uma ruptura no padrão do uso de cartões”, disse ele durante participação no evento “E Agora, Brasil?”, promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico.
Campos Neto repetiu que o uso do parcelado sem juros cresceu bastante, bem como a quantidade de cartões emitidos e os limites autorizados. “Curiosamente, quando você pega as pessoas que têm mais cartões, é exatamente onde há maior inadimplência”, destacou.
Ele lembrou que, se o mercado não chegar a um entendimento, a lei aprovada recentemente irá limitar automaticamente os juros do rotativo, mas com impacto pequeno nas taxas cobradas atualmente.
“Falhamos em encontrar um acordo (até agora), mas ainda buscaremos um entendimento. Não quero ser pessimista, estamos trabalhando em uma solução intermediária”, concluiu.
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