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‘Vou explicar a taxa de juros quantas vezes for necessário’, diz Campos Neto sobre ir ao Congresso

Presidente do Banco Central afirmou em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, que horizonte de corte da taxa de juros pode ser encurtado se governo conseguir passar mensagem de tranquilidade

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Por Redação
Atualização:

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira, 13, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que irá ao Congresso explicar as decisões da instituição sobre a taxa de juros quantas vezes for necessário. O diretório nacional do PT aprovou nesta segunda uma orientação para que ele seja chamado pelas bancadas do partido para explicar a política monetária adotada pelo órgão.

“É o meu trabalho”, respondeu ao ser questionado se falaria aos congressistas se fosse convocado. “Eu acho que minha função é explicar, eu acho que esse debate de juros é muito válido. Eu vou explicar quantas vezes for necessário. É importante falar sobre o tema de juros. O juro no Brasil é alto? É alto, e essa é uma questão legítima para a sociedade. Estou disposto a explicar quantas vezes forem necessárias”, afirmou.

Presidente do BC, Roberto Campos Neto, durante cerimônia em que o então presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto de lei que estabelece a autonomia do Banco Central  Foto: Dida Sampaio/Estadão - 24/02/2021

Durante a entrevista, ele afirmou que, se o governo conseguir passar uma mensagem de tranquilidade e mostrar que há avanços em diversos pontos, o BC poderá encurtar o horizonte de cortes de juros. Se a gente voltar para novembro, o mercado chegou a precificar, chegou a estar esperando corte de juros entre março e maio. Isso, em novembro. É claramente possível, se a gente conseguir passar uma mensagem de tranquilidade de que se está avançando em diversos pontos, eu acho que pode. A gente precisa ver, tem outras várias variáveis que entram ao mesmo tempo. Tem uma variável China, Estados Unidos…”, disse.

Americanas e o risco de crédito

Campos Neto também comentou a crise na Americanas, que entrou em recuperação judicial após a descoberta de um rombo bilionário em suas contas. Segundo ele, o BC está monitorando os reflexos do problema na varejista sobre o crédito.

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“Quando um banco descobre um buraco desse tamanho, a primeira reação é ir no departamento de crédito e revisar todas as nossas normas, revisar toda a nossa forma de estratégia. Isso, de fato está acontecendo”, afirmou.

O dirigente do Banco Central disse ter se reunido com CEOs de bancos para discutir o caso e que ouviu que a opinião entre eles é que não “afeta a forma como a gente vê o crédito”. “Mas, de fato, nesse curto prazo, você tem um soluço aí.”

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