Carros com desconto: montadoras já usaram 80% dos recursos de programa automotivo

Governo prorrogou por 15 dias a exclusividade para pessoas físicas comprarem veículos com desconto de R$ 2 mil a R$ 8 mil; associação das locadoras critica medida e pede isonomia

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Foto do author Cleide Silva

BRASÍLIA - As montadoras já usaram 80% dos recursos disponibilizados pelo governo Lula para viabilizar descontos no preço final de carros. A medida foi lançada no último dia 5. Segundo balanço divulgado nesta quarta-feira, 21, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), a pasta já autorizou R$ 400 milhões dos R$ 500 milhões de crédito separados para essa modalidade.

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Os descontos permitidos no programa variam de R$ 2 mil a R$ 8 mil no valor do carro, aplicados a partir de critérios elaborados para sete faixas. Na terça-feira, 20, o governo prorrogou por 15 dias a exclusividade para pessoas físicas comprarem esses veículos com desconto.

No total, o Executivo disponibilizou R$ 1,5 bilhão para bancar o programa, que atende também a categoria de ônibus e caminhões. Desse montante, R$ 640 milhões já foram usados. Para veículos para transporte de passageiros, as montadoras solicitaram R$ 140 milhões em crédito, e, para caminhões, R$ 100 milhões.

A Fiat é, até o momento, a empresa com mais créditos solicitados ao governo. Segundo painel do Mdic, foram R$ 190 milhões autorizados pela pasta à montadora.

Governo disponibilizou no total R$ 1,5 bilhão para bancar o programa Foto: Alexfan32/Shutterstock

Em seguida está a Volkswagen, com R$ 60 milhões. Em terceiro lugar a Peugeot, com R$ 50 milhões. Hyundai e Renault, cada uma, tiveram R$ 40 milhões autorizados. Outras oito empresas demandaram, cada uma, R$ 20 milhões em crédito. Outras dez, R$ 10 milhões cada uma.

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Locadoras reclamam de prazo para compra

Responsáveis por grande parte das vendas feitas pelas montadoras, as locadoras reclamam da extensão do prazo para que pessoas físicas comprem carros com descontos dentro do programa lançado pelo governo. Inicialmente, os 15 primeiros dias de vendas foram dedicados apenas ao consumidor final, mas na terça-feira, o prazo foi estendido por mais 15 dias.

Com isso, há riscos de o dinheiro reservado para os descontos, que vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil, acabar antes do prazo dedicado às compras por parte das empresas. No início da tarde desta quarta-feira, 21, a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) publicou nota afirmando ter recebido com surpresa a prorrogação do prazo da venda de automóveis exclusivamente para pessoas físicas.

“A prorrogação impede exatamente o principal cliente das montadoras, responsável pela compra de 30% dos automóveis e comerciais leves vendidos no País, e que assim contribui diretamente para a estabilidade da indústria automotiva, de participar do programa que também foi criado para que as montadoras pudessem vender estoques parados”, diz a nota.

Na visão da Abla, a medida deveria ser isonômica e não discriminatória, contemplando todos os compradores, Pessoas Jurídicas e Pessoas Físicas. “Aí, sim, a medida alcançará o objetivo de também ampliar a produção, o que é fundamental para a efetividade da Medida Provisória e o fomento aos empregos na indústria automotiva”, diz.

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