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Opinião | SXSW EDU 2023 e a aprendizagem para a sociedade de 2050

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Por Wal Flor
Keynote with ASL: Design Based Learning Unwrapped: Build our Future  

 

Por Guilherme Rodrigues Alves

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O SXSW EDU é um evento que há 11 anos que reúne educadores, líderes de negócios, inovadores e outros profissionais da área de educação, assim como o SXSW Conference, para discutir as tendências e desafios do setor. Durante o evento, ocorrem sessões, palestras, painéis e outras atividades que abordam diversos temas, desde tecnologia e inovação até inclusão e neurodiversidade.

Como empreendedor educacional, vou explorar algumas reflexões e aprendizados obtidos em diferentes momentos do SXSW EDU 2023.

O Método de Aprendizagem Baseada em Design (DBL) da Keynote Doreen Gehry Nelson é uma abordagem educacional aplicada desde 1969, que enfatiza o aprendizado prático. Conhecido atualmente como maker, há anos esta metodologia permite a autoexpressão e soluções criativas de design para problemas relacionados ao conteúdo, abrindo possibilidades para o desenvolvimento socioemocional, transdisciplinaridade e tomada de decisões ágeis.

Com a parceria do irmão, Frank Gehry, renomado arquiteto responsável por projetar icônicos edifícios como o Guggenheim de Bilbao, realiza atividades de planejamento da cidade desejável pelas crianças. Durante o processo, elas precisam fazer escolhas difíceis para incluir casas, ruas, comércio e hospitais, o que fez com que as árvores, que eram a prioridade inicial, ficassem em segundo plano. Essa experiência levanta a questão: por que ainda há resistência em aplicar uma abordagem educacional tão eficaz mesmo depois de 50 anos? A resposta parece ser o conservadorismo dos pais em optar por um método de ensino diferente do que eles próprios experimentaram e consideram bem-sucedido, limitando a inovação educacional.

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No Meetup "Gamified Curricula for the Future", organizado pela Supercell (criadora dos jogos Clash Royale e Brawl Stars), foi debatido como tornar a aprendizagem tão atraente quanto o entretenimento que as crianças têm acesso e o porquê de a tecnologia receber mais investimentos em outras áreas do que na educação, que deveria ser o ambiente prioritário para o engajamento e as conexões.

A escola não pode ser âncora, tem que ser um propulsor da sociedade e o seu papel é estar à frente das inovações, como a Web3, o metaverso, a IA e a linguagem generativa (GPT), em vez de correr atrás. Iniciativas como a da Learning Economy Foundation, que fomenta esta conversa nos momentos inicias das inovações é fundamental para que este cenário mude.

Já no painel "Alliance Digital Equity & AI in Education", Beth Havinga, da EdSAFE AI (um consórcio para um ecossistema educacional de inovação em IA mais seguro, igualitário e confiável), abordou os avanços e desafios do uso da IA na educação. Ela ressaltou que, no uso da linguagem generativa, as empresas fornecem o potencial computacional, mas é aos usuários que cabe ensinar à máquina como responder adequadamente. Dessa forma, os usuários são o produto, e que pagam por ele.

No painel "Learning in Immersive Experiences Is the Future", o metaverso Roblox apresentou dois exemplos de projetos que utilizaram parte de seu fundo de 10 milhões de dólares. Um deles era destinado a atividades de robótica, Robo.Co, e outro à promoção do Museu de Ciências de Boston, abrindo novas possibilidades para que professores e entidades criem seus próprios ambientes educacionais.

O painel de encerramento do evento abordou um tema crucial para a segurança nas escolas: a saúde mental dos alunos e educadores. A palestra "Safer Schools: Students, Educators, & Mental Health One Year After Uvalde" destacou a importância de prestar atenção aos sinais de alerta para possíveis ameaças e a necessidade de atendimento médico imediato em casos de violência. A palestra também apresentou soluções tecnológicas para monitorar o comportamento dos alunos, como o monitoramento de redes sociais para detectar comportamentos suspeitos e ameaças de violência.

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Um aspecto importante da palestra foi a discussão sobre a necessidade de ajudar os homens, que têm impulsos suicidas e de poder, pois podem se tornar atiradores em situações de bullying, perda, situação financeira, ou algo similar. A palestra destacou que as escolas precisam estar atentas a esses sinais e incentivar os homens a procurar ajuda quando necessário.

Além disso, a palestra abordou o papel das armas na sociedade e a necessidade de discutir soluções mais efetivas para garantir a segurança nas escolas, já que a probabilidade de uma arma ser usada para proteção é muito menor do que para acidentes ou suicídios. É importante que a sociedade como um todo reflita sobre o papel das armas na nossa vida cotidiana e busque soluções mais efetivas para garantir a segurança nas escolas.Um final melancólico para o SXSW EDU, porém é a realidade que bate à nossa porta.

Obrigado SXSW EDU 2023 por mais uma imersão, agora é colocar em prática para uma educação mais contemporânea e democrática!

 

Guilherme Rodrigues Alves é fundador da Explore, uma startup que facilita o aprendizado significativo por meio de repertório e habilidades socioemocionais. Inquieto por como a educação não evolui com a sociedade, gerando um descompasso no engajamento, propósito e nas oportunidades futuras dos jovens.

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