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China dá mais sinais de desaquecimento sob impacto da nova onda de covid no país

País pratica política de tolerância zero contra a pandemia, com lockdowns espalhados pelo território; vendas no varejo e na moradia e produção industrial apresentam quedas

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Por Dow Jones Newswires e Associated Press
Atualização:

Dados divulgados nesta segunda-feira, 16, mostram novos sinais de desaquecimento econômico na China, com quedas nas vendas no varejo e na moradia e na produção industrial. O país tem praticado política de tolerância zero contra a covid-19, com cidades completamente fechadas, o que significa a redução da atividade na segunda maior economia do mundo e pode pressionar ainda mais a inflação e reduzir a atividade econômica em todo o globo.

As vendas no varejo na China recuaram 11,1% em abril na comparação anual de abril, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) divulgados nesta segunda. A produção industrial local também caiu em abril, com recuo de 2,9% na comparação anual. A desaceleração da economia chinesa tem impacto também na economia brasileira. A dificuldade de importar produtos da China, principalmente insumos para a indústria, deve contribuir para manter a inflação em alta.

Comércio fechado em Pequim; política de zero tolerância contra a covid pode desaquecer a economia chinesa Foto: Mark R Critino/ EFE

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Mercado imobiliário e desemprego

O reflexo dos lockdowns chineses se faz sentir também no mercado imobiliário. As vendas de moradias na China caíram 32,2% no primeiro quadrimestre de 2022 na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado mostrou piora em relação ao declínio de 25,6% observado no primeiro trimestre.

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As construções iniciadas - considerando-se tanto residências quanto propriedades comerciais - recuaram 26,3% no primeiro quadrimestre ante igual período do ano passado. No primeiro trimestre, a redução havia sido menor, de 17,5%. Já os investimentos no desenvolvimento de projetos imobiliários tiveram queda anual de 2,7% no terceiro trimestre, revertendo aumento de 0,7% visto no primeiro trimestre.

Em meio às dificuldades do setor imobiliário, o banco central chinês (PBoC) decidiu reduzir o limite mínimo de taxas de hipoteca para compradores do primeiro imóvel em até 20 pontos-base. 

O investimento em ativos fixos aumentou 6,8% no período de janeiro a abril, desacelerando em relação ao ritmo de 9,3% registrado no primeiro trimestre.

Por fim, o desemprego urbano subiu para 6,1%, um pouco abaixo da alta histórica de 6,2% registrada em fevereiro de 2020, quando a economia do país foi atingida pelos surtos iniciais de covid-19.

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Órgão chinês fala em 'melhora gradual'

Uma autoridade do gabinete chinês diz que, apesar dos dados apresentados nesta segunda, que a economia chinesa está se reanimando à medida que restrições contra o coronavírus são relaxadas e a capital comercial de Xangai reabre os negócios.

A atividade econômica parece estar ganhando força neste mês, levando-se em consideração o aumento da demanda por energia elétrica e o maior volume de cargas movimentado, afirmou o chefe do Escritório Nacional de Estatísticas, Fu Linghui. Em entrevista coletiva, ele disse que cerca de metade das 9 mil maiores empresas industriais de Xangai retomaram as operações à medida que os surtos de covid-19 na maior cidade chinesa foram contidos.

"Acreditamos que a operação da economia está melhorando gradualmente", disse Fu. "O ritmo de recuperação do consumo vai acelerar, uma vez que a o impacto da epidemia esteja sob controle", acrescentou.

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No domingo, 15, Xangai anunciou a reabertura gradual de supermercados, centros comerciais e restaurantes a partir desta segunda-feira.

Em abril, os efeitos da política de "tolerância zero" de Pequim contra a covid-19 foram bem claros. Na comparação anual, as vendas no varejo chinês sofreram um tombo de 11,1%, bem maior do que se previa, e a produção industrial teve uma inesperada queda de 2,9%, visto que muitas fábricas foram temporariamente fechadas.

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