THE WASHINGTON POST - A Evergrande, gigante do setor imobiliário chinês que está altamente endividada, entrou com pedido de proteção contra falência na quinta-feira, 17, em Nova York, levantando preocupações sobre efeitos cascata, já que a China enfrenta um crescimento econômico lento e um setor imobiliário vagaroso.
A Evergrande está buscando proteção dos credores sob o Capítulo 15 do código de falências dos Estados Unidos, que se aplica a casos de insolvência envolvendo vários países, enquanto faz esforços para se reestruturar. O pedido faz referência às próximas negociações que acontecerão em Hong Kong e nas Ilhas Cayman. Os credores podem votar sobre uma reestruturação neste mês.
Fundada por Xu Jiayin em 1996, a Evergrande alcançou o sucesso em meio a um boom imobiliário chinês, usando um modelo de “empréstimo para construir” que envolvia acumular grandes quantidades de dívidas. Chegou a empregar 200 mil pessoas e tinha mais de 1.300 projetos em mais de 280 cidades, de acordo com seu site.
Nos últimos anos, a Evergrande se tornou um símbolo da crise imobiliária da China.
Em 2021, sob o peso de US$ 300 bilhões em passivos, a Evergrande deu calote em suas dívidas, provocando uma série de calotes em outras construtoras. Analistas descreveram a abordagem do governo chinês para a Evergrande como uma “demolição controlada”, na qual as autoridades permitem que a empresa continue operando enquanto a guiam por um colapso gradual.
No mês passado, a empresa divulgou perdas de US$ 81 bilhões em 2021 e 2022.
Desde que a crise da dívida imobiliária da China começou em 2021, as empresas responsáveis por 40% das vendas de casas chinesas entraram em default (calote), segundo a Reuters. Como resultado, muitas casas ficaram inacabadas e fornecedores e credores não foram pagos. O setor imobiliário é responsável por um quarto do crescimento econômico da China; o investimento imobiliário caiu 7,9% no primeiro semestre de 2023.
A Country Garden, outra grande incorporadora na China, recentemente perdeu pagamentos de sua dívida multibilionária, abalando ainda mais os compradores de casas na segunda maior economia do mundo.
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