O ex-presidente do Banco da China, Liu Liange, foi detido por supostamente aceitar subornos e conceder empréstimos ilegais. A Suprema Procuradoria da China emitiu a ordem de detenção nesta segunda-feira, 16, após a conclusão da investigação aberta em março pela Comissão Nacional de Supervisão, o principal órgão anticorrupção do Estado chinês, devido à suspeita de “graves violações” da lei. A agência oficial Xinhua noticiou o ocorrido. Até o momento, não há informações sobre as datas do julgamento do ex-líder financeiro.
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Liu ocupava o cargo desde 2019 e renunciou apenas dez dias antes do início da investigação. Ele é o banqueiro de maior destaque a ser investigado até o momento pela Comissão Central para a Inspeção da Disciplina, o poderoso órgão anticorrupção do Partido Comunista da China (PCCh). Em fevereiro passado, esta instituição prometeu intensificar sua campanha contra práticas ilícitas no setor financeiro, logo após o desaparecimento misterioso do conhecido banqueiro Bao Fan, que posteriormente anunciou estar “cooperando em uma investigação”, de acordo com o banco de investimento China Renaissance, do qual é fundador.
A operação no setor financeiro, em andamento há anos, resultou até agora na acusação de vários funcionários de órgãos reguladores e altos executivos de empresas. Na última semana, destacam-se as detenções do ex-presidente do conglomerado financeiro estatal Everbright Group, Li Xiaopeng, e do ex-diretor adjunto da Administração Geral do Esporte da China, Du Zhaocai, também acusados pela Procuradoria de supostamente aceitar subornos.
Após assumir o poder em 2012, o atual secretário-geral do PCCh e presidente do país, Xi Jinping, iniciou uma campanha anticorrupção que resultou na condenação de vários altos funcionários chineses por aceitar subornos milionários.
Embora esta iniciativa seja um dos programas principais de Xi, que revelou importantes casos de corrupção dentro do Partido Comunista da China, alguns críticos sugerem que ela também pode estar sendo usada para encerrar a carreira política de alguns de seus rivais. O líder chinês foi reeleito em outubro passado para um terceiro mandato inédito entre seus predecessores das últimas décadas./EFE
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