Claro aposenta marca Embratel, famosa por comercial do DDD nos anos 90 e imortalizada por Cazuza

Criada em 1965 como estatal e privatizada em 1998, empresa lançou o primeiro satélite brasileiro; com desuso da telefonia fixa, Embratel perdeu espaço entre consumidores e passou a ser destinada ao segmento empresarial

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Foto do author Circe Bonatelli
Atualização:

A Claro vai aposentar uma das marcas mais famosas do Brasil: a Embratel. A companhia é uma antiga estatal, criada em 1965 sob a alcunha de Empresa Brasileira de Telecomunicações, atuando por décadas nas chamadas de longa distância de âmbito nacional e internacional.

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A Embratel, que tinha a atriz Ana Paula Arósio como garota-propaganda e o slogan “faz um 21″, marcou uma geração com os comerciais na TV em que um trio de crianças vestiam roupas coloridas com um D estampado no peito, formando o DDD. Isso foi nos anos seguintes a 1998, quando houve a privatização das telecomunicações no País e a competição surgiu no setor.

A marca da Embratel pegou tanto na cabeça dos brasileiros que chegou a ser incluída por Cazuza na música Solidão Que Nada, cuja letra diz: “E eu quero tudo/No próximo hotel/Por mar, por terra ou via Embratel”.

Mas, assim como a telefonia fixa, a Embratel perdeu espaços nas preferências dos consumidores. Ainda assim, a empresa permaneceu sendo um ativo importante e acabou incorporadora pela Claro, em 2015.

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A atriz Ana Paula Arósio com o trio de meninos que vestiam roupas coloridas com um D estampado no peito, formando o DDD, na campanha da Embratel, nos anos 1990 Foto: Otavio Magalhaes/Estadão - 20/05/99

A Embratel possui redes digitalizadas de micro-ondas e de fibra óptica, cabos submarinos e satélites. Com o desuso da telefonia fixa, a operadora passou a ser destinada ao segmento empresarial, com oferta de serviços em nuvem, segurança digital, internet das coisas, inteligência artificial e tecnologia da informação, entre outros.

Nesta quarta-feira, 2, a Claro anunciou que a marca Embratel sairá do mercado. Os serviços continuarão sendo prestados, mas agora sob a rubrica Claro empresas (com ‘e’ minúsculo mesmo). A companhia não concedeu entrevista para falar sobre o assunto, apenas citando em nota que a medida tem como o objetivo ressaltar a atuação do grupo no segmento empresarial.

A marca Claro empresas já existia, mas era focada só em negócios de pequeno e médio porte. Agora, será usada também para designar o atendimento a grandes corporações. Portanto, a iniciativa une ambas as operações da Claro em uma só marca.

Dentro do grupo, a Claro empresas será comandada por Roberta Godoi, CEO da Unidade para Pequenas e Médias Empresas, e José Formoso, CEO da Unidade de Grandes Empresas e Governo. A unidade de consumo (telefonia, internet móvel e fixa) está sob comando de Rodrigo Marques, que assumiu o cargo no início deste ano. O executivo José Felix continua sendo o presidente geral da Claro no Brasil.

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Em nota, Félix lembrou que a Embratel teve uma história de pioneirismo, tendo lançado o primeiro satélite brasileiro e feito a primeira transmissão em cores via satélite no País. A Embratel apoiou os jogos olímpicos no Rio, fornece tecnologia para a Fórmula 1 e opera nas eleições nacionais.

“Inovamos até aqui, e agora iniciamos uma nova era, com grandes oportunidades”, afirmou Félix. “A Claro empresas passa a unir a experiência em tecnologia e conectividade para habilitar a jornada de transformação das empresas com um ecossistema completo de parcerias e visão consultiva”.