Duas notícias ruins chegaram para atazanar a vida do consumidor: o aumento da Taxa Selic - básica de juros da economia - e a combinação de seca e calor em quase todo o país, que forçaram a ativação da bandeira vermelha na conta de luz.
A alta da Selic, que provavelmente continuará por mais algum tempo, fará com que o crédito fique mais caro, e pode até frear o crescimento econômico e a geração de empregos. A bandeira vermelha faz com que a energia elétrica suba de preço. Ambas afetam o consumo das famílias.
Ainda é cedo para cravar que a economia irá sofrer uma forte desaceleração, mas esse é o objetivo do aumento da Selic: frear a inflação pela redução do consumo. No caso da bandeira vermelha, ela nos afeta duplamente: impacta a inflação e torna os boletos de energia elétrica mais caros.A orientação, nesses dois casos, é cautela. Pesquise mais antes de comprar, compare preços e não use o crédito rotativo do cartão, que já era estratosférico, e deverá subir ainda mais.
Economizar energia é sempre recomendável, pois ainda dependemos muito das hidrelétricas e dos combustíveis fósseis. A demanda por mais hidrelétricas implica danos ambientais graves Provocam extinção de peixes, derrubada de árvores, assoreamento de rios e decomposição da vegetação submersa, que origina gases metano e carbônico, e óxido nitroso. Sem nos esquecer de que muitas vezes obrigam moradores a mudar de cidades, que são invadidas pela água.
O ideal seria sempre usar a energia como um ativo caro e que impacta o meio ambiente.Se a inflação voltar a cair e ficar mais estável, é provável que as taxas de juros deixem de subir, primeiramente, e que depois sejam reduzidas. Quanto à bandeira vermelha nas contas de luz, depende de muita chuva na maior parte do Brasil, o que às vezes leva meses ou anos.
Então, planeje bem seus gastos, não desperdice alimentos, não consuma compulsivamente, controle o uso da energia elétrica e torça para que essas más notícias sejam revertidas o quanto antes. Como dizemos para os que têm medo de temporal, vai passar, vai passar.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
