O Bank of America Asset Management está com seus bens e direitos patrimoniais bloqueados pela Justiça mas os recursos dos seus clientes não sofrem qualquer restrição e podem ser movimentados normalmente. A explicação foi dada hoje pelo Bank of America, através de sua assessoria de imprensa, porque o juiz Carlos Eduardo Tassara, da 6 ª Vara Empresarial de Falências e Concordatas do Rio de Janeiro, ordenou o bloqueio na terça-feira. A decisão judicial é parte do processo que Aldo Floris move para dissolver a sociedade que tem com a instituição norte-americana na Asset Management. De acordo com Luiz Eduardo Bulhões Pedreira, advogado de Floris, o bloqueio foi o meio encontrado pelo juiz para fazer representantes do Bank of America assinarem a citação no processo. "O processo foi distribuído à cerca de um mês e desde então o Bank of America está se esquivando de assinar a citação, só com o bloqueio eles foram assinar a citação às 18h de hoje (ontem)", afirmou. Floris - que também está sendo processado pelo Bank of America, mas nos Estados Unidos, acusado de responsabilidade administrativa, sem dolo, em fraude de US$ 38 milhões na transição da venda do Banco Liberal para o Bank of America - é dono da Liberal Financial Services Participações Ltda, empresa com 1% do capital da Bank of America Asset Management. De acordo com o Bank of America, a participação de Floris corresponde a R$ 300 mil. "Se é tão pouco por que um banco do porte do Bank of America evitou de todas as formas assinar a citação? ", diz Bulhões Pedreira. Ele mesmo responde que o valor envolvido é muito maior e será apurado por meio de perícia no processo judicial no Rio. A assessoria de imprensa da instituição disse que quem é responsável pela administração dos seus fundos é a Bank of America Corretora de Títulos e Valores Mobiliários, mas que a Asset Management faz a gestão da carteira de fundos para a Corretora do grupo. Bulhões Pedreira rebateu que os contratos de administração dos fundos têm valor de mercado e que se a Corretora está administrando os fundos é porque já pode ter havido uma transferência de contratos em prejuízo do valor da Asset Management e do sócio minoritário que pediu a destituição da sociedade - no caso, Floris.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.