R$ 800 mil para ser sócio: Clube de surfe em São Paulo é aposta de conglomerado

Projeto de 60 mil metros quadrados, previsto para este semestre, fica localizado no bairro Morumbi; JHSF ainda pretende lançar este ano um loteamento de luxo em Bragança Paulista

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Foto do author Circe Bonatelli
Atualização:

A JHSF, conglomerado de empresas focadas no setor de luxo, está preparando o lançamento de dois empreendimentos imobiliários de peso até o fim deste ano, em um movimento que vai dar um novo impulso a sua atividade de incorporação.

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Este braço de negócios teve uma retração na receita e no lucro do segundo trimestre, puxando os números de todo o grupo para baixo. A expectativa, entretanto, é que a incorporação chegue a patamares mais altos nos próximos meses. “Temos dois projetos para lançar e já estamos tomando as medidas preparatórias”, conta o presidente da JHSF, Thiago Alonso, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

A decisão vem após a companhia constatar uma recuperação das vendas o que, combinado com o início do ciclo de corte dos juros básicos no País, criam um ambiente mais favorável para novos projetos. “Temos a visão de que cenário macroeconômico tende a ser mais favorável ao ciclo imobiliário daqui para frente. Temos que acompanhar de forma mais próxima o processo de redução da taxa de juros (no crédito imobiliário)”, acrescenta Alonso.

Um dos projetos previstos para este semestre é o São Paulo Surf Clube, que combina apartamentos residenciais e um clube de surfe. O espaço de 60 mil metros quadrados em frente à Ponte Estaiada, no Morumbi, terá torres de apartamentos de 300m² a 400m², com um potencial de venda de R$ 2,7 bilhões - a ser desenvolvido em fases.

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O grande destaque está na piscina com ondas para uso dos sócios. Quem quiser se tornar membro e ter acesso ao espaço precisará pagar R$ 800 mil, além de taxa de manutenção de R$ 21 mil por ano. As vagas serão limitadas, por ora, a aproximadamente 200 membros. “Tudo correndo conforme planejado, devemos ter condição de lançar até fim do ano”, disse Alonso.

Outro projeto que a companhia está buscando lançar ainda em 2023 é um loteamento de luxo na cidade de Bragança Paulista chamado Fazenda Santa Helena. Aqui o valor geral de vendas (VGV) total é de R$ 3,4 bilhões, também a ser desenvolvido em fases. “Estamos vendo recuperação expressiva da venda na atividade imobiliária. Vimos uma inflexão importante do humor de maio para cá. Com juros caindo, isso deveria levar a uma atividade melhor ao longo do terceiro trimestre do que no segundo e no primeiro trimestres”.

A JHSF não fez lançamentos no segundo trimestre do ano e se concentrou nas vendas das unidades que estavam no estoque. As vendas foram de empreendimentos já lançados e somaram R$ 323,6 milhões, queda de 22,3% na comparação, mas uma alta de 35,3% ante o primeiro trimestre.

Segundo a JHSF, houve uma baixa na receita em função do mix de produtos. Um ano antes, a maioria das vendas foi de lotes, cuja receita é reconhecida integralmente no ato da venda. Desta vez, houve predominância de venda de casas, cuja receita é apurada ao longo da obra. “Nós praticamente vendemos o mesmo volume de dinheiro. Só a maneira de reconhecer a receita é diferente”, ponderou Alonso.

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O presidente da JHSF também acredita em uma recuperação da margem com o lançamento da primeira fase da Fazenda Santa Helena. Isso porque a atividade de loteamento tem margem mais elevada que a de incorporação. Ele ressaltou que a companhia quadruplicou seus lançamentos desde 2019 para cá e que essa expansão tem buscado preservar a qualidade dos projetos.

Além disso, o grupo não abre mão de fazer os reajustes de preços de modo a compensar a disparada nos custos de construção vistos nos últimos anos. “O INCC não teve deflação, nem esperamos que vá ter. Se queremos fazer produto com a mesma qualidade que sempre fizemos, então é preciso sermos cautelosos em preço”, justificou. “Isso destoa de algumas empresas que têm lançado muito, mas com padrão de preço antigo. Procuramos ser mais conservadores nesse aspecto”.

JHSF Capital dá primeira grande tacada

O segundo trimestre também foi marcado pela operação em que a JHSF Capital - braço de gestão de recursos criado pela JHSF - fechou a compra de uma participação de 33% no shopping center de luxo Cidade Jardim, na zona sul da capital paulista, pelo valor de R$ 560 milhões.

A vendedora foi a empresa israelense de shoppings Gazit. Esta foi a primeira grande tacada da JHSF Capital, mais nova unidade da holding. Este braço foi criado em outubro para realizar investimentos financeiros no setor imobiliário. A ideia é permitir que terceiros possam aplicar seu dinheiro em fundos constituídos pela companhia e com participação em empreendimentos específicos.

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“Este foi o maior negócio imobiliário de alta renda no Brasil”, frisou Alonso. Os recursos do fundo foram angariados juntos aos clientes da JHSF que já estão acostumados a comprar produtos da empresa, frequentar shoppings, hotéis e o aeroporto, com recursos para investir, contou o executivo. A empresa também tem uma participação pequena.

Segundo ele, os próximos passos envolvem analisar oportunidades do mercado para compra de ativos por meio de novos fundos. Um ativo que está em vista é o imóvel onde está sendo instalado o Fasano de Londres, cuja gestão é da empresa. Outros dois ativos estão em negociação, mas Alonso disse que ainda não pode revelar quais são.

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